0A primeira reunião da Comissão Consultiva do Censo Demográfico 2020 foi realizada, no dia 14 de junho, no Rio de Janeiro, com o objetivo de apresentar o questionário, os aspectos técnicos e metodológicos e o programa de trabalho da Comissão no período de 2018-2021. A comissão é constituída de pessoas com notório saber nas Estatísticas, Demografia, Geografia, Sociologia e Economia, que dão contribuições para a realização da maior pesquisa de informações sociodemográficas do país.

Estiveram presentes, o presidente do IBGE, Roberto Olinto Ramos, os diretores de Pesquisas, Claudio Crespo, e de Geociências, João Bosco de Azevedo, o coordenador-geral de Documentação e Disseminação, David Wu Tai, a coordenadora operacional dos Censos, Maria Vilma Garcia e o coordenador da Gerência Técnica do Censo Demográfico, Luciano Duarte.

Também participaram da reunião, os professores Cláudio Dedecca (Unicamp), Cláudio Egler (UFRJ), Eduardo Rios Neto (UFMG), José Alberto de Carvalho (UFMG) e Marcelo de Toledo Vieira (UFJF), além da coordenadora de Pesquisa do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), Diana Reiko Sawyer.

Transparência e participação democrática

O coordenador Luciano Dutra explicou que o Conselho é a segunda das três instâncias de consulta à sociedade, utilizadas para dar transparência à operação censitária bem como viabilizar a ampla participação. A primeira foi a consulta pública no portal do IBGE na internet, com duração de 19 de fevereiro a 15 de maio, e que recebeu mais de três mil sugestões. E a terceira instância é a reunião com usuários das informações, prevista para outubro deste ano, e para a qual serão convidados gestores públicos, privados e representantes da Academia.

A coordenadora Maria Vilma Garcia abriu o encontro apresentando o vídeo de divulgação do Censo Demográfico 2020, concluído com o slogan “um país que se conhece só tem a ganhar”. Em seguida, o presidente Roberto Olinto destacou a importância da Comissão para ampliar as discussões em torno de três frentes: formular um projeto técnico sólido para o Censo, mostrar a necessidade de realização de concurso público para suprir a falta de pessoal, especialmente em algumas agências do IBGE, e o esforço de aprovação do orçamento para a realização da pesquisa, que será da ordem de R$ 3,4 bilhões.

Orçamento e dimensões da operação

Maria Vilma Garcia apresentou, também, o orçamento e aspectos operacionais do Censo 2020 e esclareceu que cerca de 60% dos recursos necessários destinam-se ao pagamento de pessoal, enquanto 24% referem-se às despesas correntes, 11% a investimentos e 4% à publicidade. Essa proporção é semelhante a que foi utilizada no Censo 2010.

Discussão em relação aos temas

Nas discussões realizadas ao longo do dia, foi praticamente consensual que será um avanço a identificação da data de nascimento dos informantes com dia, mês e ano (e que ficará protegida pelo sigilo estatístico), bem como a importância de um questionário o mais enxuto possível. Um dos temas em que há concordância na redução de quesitos é o de Trabalho e Rendimento, já que hoje a maioria das questões já são cobertas pela PNAD Contínua, que alcançou abrangência nacional.

Teste de coleta do Censo e consulta pública na internet

Foram apresentados, também, os resultados do teste de coleta pela internet e da consulta pública. Quanto ao teste de preenchimento do questionário pela internet, a receptividade foi considerada boa tanto para a resposta online quanto para a finalização por telefone. Já quanto à consulta pública, enquanto em 2010 ela havia sido realizada por meio de cartas enviadas a nove mil contatos, dos quais 270 (3%) responderam, desta vez em que a consulta foi aberta às instituições e ao público em geral foram obtidas 3.198 respostas.

O coordenador Luciano Duarte avaliou que o resultado da primeira consulta pública na internet foi um avanço, pois o IBGE nunca tinha ouvido a sociedade de forma tão aberta. Segundo ele, as sugestões mostram as demandas mais atuais da sociedade, ajudando a priorizar temas. “Agora, estamos realizando o método chamado mineração dos dados, que é uma avaliação inicial das sugestões com maior frequência. Percebemos que o resultado inicial nos ajuda a priorizar temas e a tomar decisões sobre qual deles é mais importante do que outro e, também, pensar em outras pesquisas que possam dar conta de temas que não possam ser abrangidos no Censo”, explicou.

A próxima reunião da Comissão Consultiva do Censo Demográfico 2020 está prevista para outubro.