Na manhã de 8 de maio, no auditório do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) Luiz Davidovich abriu o grande evento anual da ABC falando sobre o ethos da Academia: fazer ciência e divulgar a ciência feita no Brasil.

“A ABC foi fundada em 1916 voltada para a ciência pura. E é esta que deriva nas aplicações e na tecnologia que servem à humanidade. É como a planta que gera uma flor: a ciência básica gera a ciência aplicada. Teremos aqui vários exemplos de conquistas da ciência brasileira, de projetos que deram certo e que serviram à sociedade”, destacou Davidovich.

O tema escolhido em 2017 foi Um Projeto de Ciência para o Brasil (PCBR). Davidovich remeteu-se a todo o trabalho realizado com os Estudos Estratégicos já publicados, no decorrer de gestões anteriores, originados do trabalho de grupos de estudo sobre diversos assuntos de interesse da sociedade, disponíveis gratuitamente no site da ABC. Explicou então o como está sendo construído o PCBR. “São 14 grupos de estudo nas mais diferentes áreas multidisciplinares que reúnem mais de 100 pesquisadores brasileiros de excelência, entre membros da ABC e convidados.” Os vários grupos já entregaram documentos provisórios, que serão levados à discussão entre os coordenadores dos grupos e será então elaborado um documento semifinal, ao qual todos os Acadêmicos terão acesso e oportunidade de contribuir antes da divulgação para o público e para a mídia. “Agradeço ao Jerson Lima Silva e ao José Galizia Tundisi que coordenam este projeto, gerenciando esse grande número de pesquisadores, e também esta reunião, que reflete o projeto. É uma grande mobilização, inédita na ABC. Teremos oportunidade, neste encontro, de avaliar a situação de crise que vive o Brasil e, certamente, adotar uma postura crítica e ao mesmo tempo construtiva em relação a isso.”

Davidovich concluiu com uma esperança e uma certeza:”Esperamos que tudo isto ajude a convencer nossos governantes e a sociedade como a ciência pode ajudar o Brasil. Já ajudou muito – e esse PCBR faz uma avaliação do que já foi feito e aponta para o futuro, sabendo que não há futuro para um país sem um embasamento muito sólido em ciência e inovação tecnológica. Bem vindos à Reunião Magna da Academia Brasileira de Ciências.”