A dor é um sintoma comum na esclerose múltipla (ELA) e pode ser observada, principalmente, como dor de cabeça e nas extremidades. Motivada pela história da mãe, que sofre com a doença, a farmacêutica Gabriela Trevisan dos Santos busca tratamentos para controlar as dores causadas pela patologia, visando diminuir o prejuízo na qualidade de vida e nas atividades diárias dos pacientes. A gaúcha lidera uma pesquisa que investiga se uma proteína encontrada no sistema nervoso, chamada de TRPA1 (Receptor de Potencial Transitório Anquirina 1), poderia ser ativada pelos radicais livres, desencadeando o quadro doloroso. “O objetivo é desenvolver analgésicos que funcionem como bloqueadores desta proteína, o que favoreceria uma melhor recuperação”, explica ela.

No terceiro ano em que participa do prêmio, Gabriela afirma que a insistência e a espera foram compensadoras, não só pela valorização do papel da mulher na ciência, mas também pelo destaque que oferece ao estudo, fruto de muita entrega e dedicação. “Em nosso laboratório, as cientistas são maioria, e a carga de trabalho é muito pesada. Esta iniciativa traz visibilidade ao que estamos fazendo e nos dá impulso para continuar superando as dificuldades”, ressalta.

Gabriela tem 29 anos e é graduada em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Possui mestrado e doutorado em Ciências Biológicas (Bioquímica Toxicológica) pela mesma instituição, com período sanduíche na Universidade de Florença (Itália). Cursou pós-doutorado na University of Arizona (EUA) e, atualmente, é professora da UFSM.