A palestra do Acadêmico Walter Araújo Zin no Instituto de Biofísica da UFRJ, antes marcada para o dia 1 de junho, teve a data alterada para o dia 15 do mesmo mês, às 12h, com o tema “Autoria Científica: de Dr. Jekyll a Mr. Hyde”, e abordará os aspectos éticos da redação de artigos científicos.
O evento acontecerá no Anfiteatro G do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, Centro de Ciências da Saúde, localizado na Avenida Carlos Chagas Filho 373, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro – RJ.
Confira o resumo da palestra, escrito pelo professor Zin
O autor (englobando-se nesse termo tanto autor como co-autor) de um trabalho científico é aquele que contribuiu intelectual e substantivamente para o mesmo. Não se pode esquecer que a autoria científica traz consigo implicações acadêmicas, sociais e financeiras de grande importância. No passado os leitores eram pouco informados acerca das contribuições dos autores e daqueles citados nos “Agradecimentos”. Entretanto, várias revistas atualmente exigem e publicam informações acerca das contribuições de cada autor para o estudo. Quem deve ou não pode ser autor?
A autoria implica em sérias responsabilidades, que devem ser compreendidas e acatadas. Dentre elas destaca-se que todos leram o manuscrito e assumem a responsabilidade pelo seu conteúdo, compreendendo que se o artigo, ou parte dele, for incorreto ou fraudulento, deverão vir a público e dividir a responsabilidade pelo fato. Há uma série de ações que não podem ser aceitas, como utilizar a mesma figura em dois (ou mais) trabalhos, retocar uma figura, não poder apresentar os dados brutos se assim for necessário, publicar o mesmo trabalho em mais de um periódico, criar dados, usar de viés para selecioná-los, dentre outras.
Os protocolos experimentais devem ser apresentados a um Comitê de Ética adequado e reconhecido e, se aprovados, dá-se partida aos experimentos seguindo-se rigorosamente os passos aceitos pelo Comitê.
Todos os autores devem não apenas explicitar suas relações pessoais e comerciais relacionadas com o trabalho, mas certificar-se que qualquer conflito de interesse se encontra identificado e resolvido. Aqueles que assim não o fizerem devem ser desqualificados da lista de autores. Eles não devem concordar com medidas que os impeçam de ter acesso aos dados, analisá-los independentemente, redigir manuscritos e os publicar. O Editor, por sua vez, deve evitar a escolha de revisores com óbvios potenciais conflitos de interesse, tais como colegas de Departamento ou Instituição de algum dos autores, que tenham linha de pesquisa semelhante. O revisor deve revelar ao Editor qualquer conflito de interesse que possa enviesar sua opinião acerca do manuscrito e se desqualificar para a tarefa. O Editor que toma a decisão final acerca da aceitabilidade de um trabalho não deve ter envolvimento pessoal, profissional ou financeiro com qualquer dos aspectos que avalie. Os revisores dos trabalhos, e qualquer outro indivíduo que tenha acesso a eles, não devem utilizar informações dos mesmos para benefício próprio.