Desde muito cedo em sua vida, Paulo Alexandre Araújo Sousa já demonstrava interesse pela matemática, área à qual decidiu se dedicar em sua vida profissional. Hoje, ele é pesquisador no campo da geometria diferencial e membro afiliado da Academia Brasileira de Ciência (ABC) – Regional Nordeste para o período 2015-2019.

Filho de um lavrador e uma professora, nasceu em 19 de dezembro de 1980, na cidade de Elesbão Veloso (PI), onde viveu até os 15 anos de idade, quando se mudou para Teresina, capital do estado, junto com os pais e o irmão mais velho, Francisco José Araújo, na época no ensino médio e que, posteriormente, se formou em farmácia e medicina.
Matemática e futebol
A atividade preferida por Sousa durante a sua infância era jogar futebol na rua; chegava até a se apressar para terminar as tarefas da escola para poder ir brincar mais rápido.
Entretanto, o futuro cientista já demonstrava interesse pela matemática, assim como pelas matérias relacionadas, como física e química. Segundo o professor, o que mais o encanta na matemática é o fato de ela ser a base das outras ciências e, assim como os números, o futebol também o acompanha até hoje.
Torcedor do São Paulo Futebol Clube desde a década de 1990, quando o clube paulistano, sob comando de Telê Santana, colecionou títulos pelo mundo, o professor joga com seus colegas do Departamento da Matemática da Universidade Federal do Piauí (UFPI). “Jogar futebol com os amigos é uma forma de manter uma atividade física regular e fazer novas amizades”, diz o professor.

Seguindo os passos dos mestres
Na época do vestibular, a primeira opção de Sousa foi o curso de ciências contábeis, porém ele não foi aprovado. No ano seguinte, por influência do tio, professor de matemática, conseguiu ingressar na Universidade Estadual do Piauí (Uespi), onde estudou por um ano e meio até se transferir para a Universidade Federal da cidade de Teresina. “Na Uespi não havia muitas oportunidades para desenvolver um trabalho de iniciação científica, enquanto na UFPI, os professores eram mais engajados na pesquisa”, afirma.
Na federal do Piauí, Sousa teve contato com os professores Barnabé Pessoa e João Xavier da Cruz Neto. Ambos doutores, contavam aos alunos suas experiências como pesquisadores e os incentivavam a seguir a carreira científica.
Atraído, Paulo Sousa fez iniciação científica, orientado pelo professor Pessoa e foi quando ele decidiu definitivamente que seguiria a carreira de pesquisador.
Este contato com a rotina da pesquisa ajudou Paulo Sousa a conseguir o seu ingresso na Universidade Federal do Ceará (UFC) para fazer o mestrado e depois o doutorado, ambos orientados pelo professor Abdênago Alvez de Barros, de quem se tornou amigo, assim como de outros professores e colegas. “As amizades formadas durante o mestrado foram essenciais, pois possibilitaram boas conversas sobre matemática e coisas da vida”, recorda.

Geometria diferencial
A linha de pesquisa de Paulo Sousa tenta compreender como e por que as superfícies se curvam no espaço. “Em matemática, ciência da computação, economia ou ciência de gestão, otimização matemática é a escolha de um melhor elemento (em relação a alguns critérios) a partir de um conjunto de alternativas disponíveis”, explica o professor. “O conceito de convexidade desempenha um papel muito importante na teoria de otimização, em primeiro lugar, porque muitas funções do objeto são convexas numa vizinhança suficientemente pequena de um ponto mínimo local”, acrescenta.
Sousa encara o título de membro afiliado da ABC como um marco em sua carreira. “Sinto-me reconhecido pelos trabalhos de pesquisa, pela formação de recursos humanos e gestão que tenho desenvolvido. Espero poder contribuir com a Academia na produção e disseminação de pesquisas científicas, especialmente, na área de matemática”, descreve.
Homem de família
Fora do laboratório, professor Paulo diz se esforçar para passar bastante tempo com as filhas, uma de três anos e outra de um. “Adoro brincar com elas, leva-las à escola. Divido com minha esposa as tarefas das duas e assisto a todas as atividades que elas participam na escola”.