Nos dias 21 e 22 de outubro, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) recebeu o 1° Workshop ABC / CNRS – Bioengenharia, Biomateriais e Engenharia da Saúde, promovido pelo Centro Nacional da Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês) da França. No evento, com pesquisadores franceses e brasileiros, foi anunciada a criação, em breve, de um Laboratório Internacional Associado (LIA), voltado para as áreas de bioengenharia e biomateriais.
CNRS
Entidade pública, francesa, fundada em 1939, o CNRS é hoje a maior organização europeia voltada para pesquisa, segundo o diretor do departamento científico, Yves Rémond. “Hoje, o CNRS tem 25 mil membros permanentes. A maior universidade da Europa tem em torno de 5 mil”, afirmou Rémond.
Além dos membros permanentes, a organização conta com mais 10 mil cientistas espalhados em mil laboratórios pelo mundo todo. Ainda segundo Rémond, aproximadamente 80% das pesquisas realizadas pelo CNRS são feitas dentro de universidades europeias e de outros continentes mediante acordos: as universidades oferecem estrutura e o CNRS, pessoal e fundos para as pesquisas.
Na França, todas as universidades que trabalham com o CNRS são públicas. Entretanto, Rémond afirma que esse não é um critério. “O CNRS inspeciona a instituição voltada para pesquisa, desenvolve seu próprio projeto e, claro, examina os laboratórios e apenas aqueles com estrutura suficiente para receber a pesquisa são escolhidos”, disse o engenheiro mecânico.
Colaboração França e Brasil
Atualmente, o CNRS promove vários programas de colaboração entre Brasil e França, entre eles, Unidade Mista Internacional (UMI), no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa).
Segundo o diretor do CNRS no Brasil, o professor Olivier Fudym, esse é o máximo de vínculo entre um departamento da organização francesa com uma instituição brasileira, pois significa a criação de uma entidade nova voltada para a pesquisa.
Um nível antes da UMI está o Laboratório Internacional Aplicado (LIA). “Laboratório Internacional Associado é algo um pouco virtual. Não é um laboratório real”, disse Fudym. “Nós mobilizamos laboratórios no Brasil e na França com um projeto científico comum e o CNRS fornece o orçamento para apoiar fortemente a mobilidade, tanto dos pesquisadores franceses para o Brasil, como do contrário”.
Sobre outros workshops do CNRS no Brasil, Fudym não descarta a possibilidade e diz que pretende abranger outras áreas. “Se fizermos outro evento similar, no ano que vem ou daqui a dois anos, não será no tema da engenharia; poderá ser matemática ou humanidades, dependendo dos projetos do CNRS ou da oportunidade da visita de alguma delegação”, finalizou.