O Brasil é, no contexto atual, uma das maiores referências mundiais na produção de vacinas, sendo um dos países que mais distribuem este produto gratuitamente. Além de oferecer 25 tipos de vacinas – cerca de 95% destas de produção nacional – para sua população, ele ainda exporta vacinas para mais de 70 países, principalmente para a África. Apesar do destaque alcançado, vale lembrar que ainda existem problemas e dificuldades a serem superadas na área da vacinologia, disciplina que abrange desde os fundamentos imunológicos de identificação de antígenos protetores até a análise de processos de produção, distribuição e controle de qualidade das vacinas. Levando em conta esse cenário tão promissor, a ABC – em parceria com a Academia Nacional de Medicina – promoveu o simpósio “Produção de Vacinas no Brasil: Problemas, Perspectivas e Desafios Estratégicos”.

Uma iniciativa do Grupo de Estudos sobre Imunobiológicos e Indústria da Academia, a cerimônia de abertura contou com falas dos presidentes das duas instituições organizadoras do evento: Jacob Palis (ABC) e Pietro Novellino (ANM). Para Novellino, todos os palestrantes ressaltaram “a importância e a contribuição da medicina experimental, uma primeira etapa para a posterior aplicação de seus resultados no ser humano, dentro dos princípios que hoje regem a medicina translacional”. Palis, por sua vez, destacou a importância do tema e o interesse da ABC em diminuir a distância entre a pesquisa científica realizada no Brasil e a feita no exterior. E ainda prometeu: “Após essa reunião, nós pretendemos continuar mantendo esse tema vivo aqui na Casa.”

Pietro Novellino, presidente da ANM

O primeiro painel, “Contribuição da Medicina Experimental para a Vacinologia”, foi coordenado pelo próprio presidente da ANM. A sessão teve como conferencistas Victor Nussenzweig (ABC/NYU), Marcello Barcinski (ABC/Fiocruz), Maurício Rodrigues (Unifesp), Daniela Santoro Rosa (Unifesp) e Ana Paula Lepique (USP).

Especialista em imunologia celular, Barcinski coordenou duas sessões do evento

O segundo grande tema tratado foi “Tecnologia e Desenvolvimento de Novas Vacinas”. Com coordenação de Marcello Barcinski – que substituiu Ricardo Gazzinelli, ambos Acadêmicos e pesquisadores da Fiocruz – as discussões giraram em torno das palestras de Luiz Carlos Ferreira (USP), Ada Alves (Fiocruz), Alexandre Machado (Fiocruz), Luisa Vila (ABC/USP), Luiza Guilherme (USP), Paulo Ho (Instituto Butantan) e Ana Paula Fernandes (UFMG).

Jorge Kalil (ABC/Instituto Butantan)

Já a terceira sessão – coordenada pelo Acadêmico Jorge Kalil, do Instituto Butantan – falou sobre “Transferência Tecnológica, Ensaios e Marcos Regulatórios”. As conferências desse painel foram ministradas por Antônio Carlos Campos de Carvalho (ABC/Ministério da Saúde), Cosue Miyaki (Instituto Butantan), Antônio Pádua Barbosa (Fiocruz), Cláudia Chamas (Fiocruz), Cláudio Cabral (Instituto Butantan) e Alexander Precioso (Instituto Butantan).

O último bloco de palestras também ficou sob coordenação de Marcello Barcinski. Com o tema “Produção Nacional de Vacinas, Saúde Pública e Novos Desafios no Brasil”, a sessão teve palestras de Carla Magda S. Domingues (Ministério da Saúde), Jorge Kalil (ABC/Instituto Butantan), Marcos Freire (Fiocruz) e João Batista Calixto (ABC/UFSC).

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