O Brasil conquistou o primeiro lugar na 28ª Olimpíada Ibero-Americana de Matemática (OIM). Quatro estudantes brasileiros ganharam medalhas de ouro e prata na competição, que encerrou nesta sexta-feira (27), na capital do Panamá. O evento contou com a participação de 78 jovens com idades que variam entre 13 e 18 anos de 20 países de América Latina, Portugal e Espanha.
Integrantes da equipe brasileira
Rodrigo Sanches Ângelo (SP) foi o grande destaque da equipe brasileira conquistando a medalha de ouro com a pontuação máxima da prova, 42 pontos. Os estudantes Franco Matheus de Alencar Severo (RJ), Victor Oliveira Reis (PE) e Rafael Kazuhiro Miyazaki (SP) obtiveram a prata com 41, 40 e 35 pontos respectivamente.
Com este resultado a equipe brasileira garantiu, por segundo ano consecutivo, a primeira posição na classificação geral por países, com 158 pontos, seguido pela equipe de Portugal que obteve 154 pontos e México com 153 pontos. O time brasileiro foi liderado pelos professores Eduardo Wagner, do Rio de Janeiro (RJ) e Pablo Rodrigo Ganassim, de São Paulo (SP).
As provas foram realizadas de forma individual nos dias 24 e 25 de setembro contendo problemas que abrangem as disciplinas de álgebra, teoria dos números, geometria e combinatória. Foram três problemas a cada dia, com valor de sete pontos cada, aplicados em quatro horas e meia.
estudantes durante o primeiro dia de prova
As questões da prova foram selecionadas pelo Júri Internacional, formado pelos chefes das delegações. Os professores tiveram como base o banco de problemas proposto pelos países participantes. A resolução das questões apresentadas exige dos competidores criatividade, engenho e habilidade em matemática.
Com o propósito de promover a integração e o intercâmbio de experiências entre os participantes, a olimpíada incluiu também a realização de uma prova por equipes, atividade de caráter lúdico, onde os competidores se misturam formando novas equipes que competem entre si num ambiente de descontração e amizade. Além desta atividade, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer aspectos históricos e culturais do país organizador.
Sobre a competição
A Olimpíada Ibero-Americana de Matemática é a competição mais importante da área para os países da região. Trata-se de uma atividade de popularização da ciência, onde os estudantes participantes têm a oportunidade de demonstrar suas aptidões e potencial na disciplina. Além do Brasil, participaram do evento este ano as delegações da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Porto Rico, Uruguai e Venezuela. Cuba e República Dominicana não enviaram competidores.
O Brasil é o país com maior número de medalhas conquistadas na competição até hoje. Desde 1985, ano em que o país iniciou a participação no evento, seus representantes conquistaram um total de 101 medalhas, sendo 51 de ouro, 39 de prata e 11 de bronze.
Próxima edição
A 29ª edição da OIM terá como sede Honduras. Como pré-requisito para participar do evento os competidores precisam ter no máximo 18 anos de idade e não podem ter participado da competição em duas edições anteriores.
Os estudantes interessados em formar parte da equipe verde e amarela devem primeiro participar da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), competição que ocorre anualmente nas escolas públicas e privadas em todo o país. Após ter sido premiado no certame, os estudantes passam por um intenso processo de seleção, que considera a colocação conquistada na disputa nacional, além dos resultados obtidos em cinco provas seletivas e de listas de exercícios que são resolvidas ao longo de seis meses. Os quatro estudantes mais bem colocados, e que satisfazem as exigências do regulamento da olimpíada, conquistam as vagas.
A Olimpíada Brasileira de Matemática, que neste ano reuniu mais de 200 mil participantes, é um projeto conjunto do Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (Impa) e da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), que visa estimular o estudo da matemática, contribuir para a melhoria do ensino no país, identificar e apoiar estudantes com talento para a pesquisa científica e selecionar e preparar as equipes brasileiras que participam das diversas competições internacionais de matemática.
A iniciativa conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis), do Ministério de Educação (MEC) por intermédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Matemática (INCT-Mat).
Para outras informações, acesse: www.obm.org.br