É com grande pesar que a Academia Brasileira de Ciências comunica o falecimento de Cândido Simões Ferreira, Membro Titular da organização desde o ano de 1969. Bacharel e licenciado em química pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Distrito Federal, sua notoriedade profissional lhe rendeu cargos de grande importância dentro e fora da ABC. Durante sua trajetória na Academia, integrou a Comissão de Seleção e atuou nos papéis de 2º secretário, secretário-geral substituto e secretário-geral. Fora desse âmbito, foi assessor do Comitê de Geociências do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e recebeu as designações de Comentador e Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico – em 1996 e 2002, respectivamente. Ademais, foi agraciado com o Diploma de Honra ao Mérito pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e ganhou duas Placas de Prata: uma da Sociedade Brasileira de Paleontologia e uma da Sociedade Brasileira de Geologia.

As contribuições de Ferreira cobriram as mais variadas áreas. Especialista em análise de meteoritos, geocronologia, estratigrafia e fósseis marinhos, ele trabalhou como naturalista do Museu Nacional e, em 1960, foi admitido como geólogo na Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 1969 tornou-se professor titular da instituição, onde permaneceu até 1991, ano de sua aposentadoria. O Acadêmico atuava, também durante esse período, como pesquisador-chefe da Divisão de Geologia do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém do Pará. De suas pesquisas resultaram cerca de 60 trabalhos, destacando-se a publicação sobre a geologia e a paleontologia da formação Pirabas, ao norte do país. Seus estudos tornaram-na uma das formações melhor conhecidas do território nacional e levaram-no à condição de um dos mais profundos conhecedores das formações terciárias do nordeste e norte brasileiros.