O sétimo e último Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência (FMC) ocorre esta semana, nos dias 21 e 22, no auditório da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), no campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB).

Com o tema “Ciência para o ambiente e a justiça social”, as atividades reúnem especialistas de dentro e fora do Centro-Oeste para apontar diagnósticos e discutir soluções para problemas urbanos, como mobilidade e violência, e naturais da região.”A tarefa de melhorar a realidade social brasileira passa por dimensionar a cidade como um espaço de convivência mais efetivo, que garanta maior cidadania e maior qualidade de vida para a população”, avalia o secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luiz Antonio Elias.

Desde agosto do ano passado, os encontros preparatórios para o FMC passaram por São Paulo, Belo Horizonte, Manaus, Salvador, Recife e Porto Alegre. O evento na capital federal encerra o ciclo de reuniões regionais voltadas ao evento internacional, que será realizado de 24 a 27 de novembro, no Rio de Janeiro, com o tema “Ciência para o desenvolvimento sustentável global”.

Cada encontro preparatório abordou uma temática específica, geralmente relacionada à metrópole-sede e sua região. “Nós percebemos, com a comissão organizadora de Brasília, que a mobilidade, por exemplo, não tinha sido tratada na dimensão necessária, assim como a realidade do Centro-Oeste”, explica Elias.

Embora os eventos regionais tenham trabalhado temas isolados, o secretário executivo do MCTI ressalta a conexão entre os debates, em quatro linhas transversais: educação em ciência; difusão e acesso ao conhecimento e interesse social; ética na ciência; e desenvolvimento sustentável e inclusivo.”A ideia dos sete encontros é exatamente essa; realizar um debate com a sociedade sobre as questões e a importância da ciência para a realidade nacional, para corrigir as desigualdades sociais, para nos emparelhar com as economias internacionais e para trazer conhecimento à sociedade brasileira”, diz Elias.

Brasília

O coordenador do 7º encontro, Jaime Santana, destaca que o evento envolve toda a região, além de pesquisadores de outras localidades. “A gente tem uma atividade muito ampla de ciência no Centro-Oeste, mas também tem os problemas da violência e do transporte urbano, além de biomas ameaçados, o Cerrado e o Pantanal”, afirma. “Escolhemos esse tema porque pensamos que poderíamos dar uma colaboração melhor para a organização do fórum.”

Decano de pesquisa e pós-graduação da UnB, Santana considera que os objetivos principais dos encontros regionais são analisar cada área do conhecimento no país e elaborar proposições para este século. “Os debates representam uma colaboração brasileira para um diagnóstico da ciência mundial. Não só um diagnóstico, mas, principalmente, uma busca por caminhos possíveis para serem trilhados.”

Segundo ele, uma das mesas do encontro concentra, na quarta-feira (21), relatos dos coordenadores das outras seis reuniões preparatórias. “Isso será muito importante para definir rumos e chegar a uma ideia geral do que o Brasil está falando sobre a ciência e o desenvolvimento sustentável”, diz Santana.

Desfecho

Na opinião do presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, os eventos regionais colocaram para a comunidade científica nacional a importância internacional do FMC. “Com esse aporte do Brasil todo, discutindo as nossas questões fundamentais, o efeito é extremamente positivo”, avalia. “Brasília coroa a programação dessa série de encontros”.

Palis lembra que os debates nas sete metrópoles devem originar um documento a ser apresentado no Rio de Janeiro. “Está se preparando, com pesquisadores de primeiro nível, um resumo dessas colocações das reuniões regionais”, informa. “Isso vai nos levar a uma proposição de declaração para o Fórum Mundial de Ciência, que não é só nosso, é do mundo todo.”