A primeira sessão do evento teve como coordenador o engenheiro geológico Osiris de León, membro da Diretoria da Academia de Ciências da República Dominicana, e como relatora a bióloga Sandra Azevedo, doutora em Ecologia e Recursos Naturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Osiris de León e Sandra Azevedo
Em seu relato, a pesquisadora resumiu os pontos mais importantes das apresentações do engenheiro civil gaúcho Carlos Tucci (à direita na foto abaixo), doutorado em Engenharia de Recursos Hídricos pela Universidade do Estado do Colorado, nos EUA, aposentado pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atualmente professor convidado da Feevale; e da chefe do Water-HU-INWEH Water and Health Corinne Schuster-Wallace (à esquerda na foto abaixo), coordenadora do programa de graduação colaborativo Água sem Fronteiras (Water without Borders Joint Collaborative Graduate Programme) da Mc Master University, onde atua como docente na Escola de Geografia e Ciências da Terra.
“Para que se consiga ampliar o acesso à água segura e saneamento para um maior número de pessoas é preciso considerar muitos aspectos distintos que estão envolvidos nesse desafio”, comentou Sandra Azevedo. Em primeiro lugar, de acordo com os palestrantes da sessão, devem ser consideradas as diferenças no tipo e intensidade dos impactos que se observa em regiões que estão passando por processos de urbanização distintos. Em países em desenvolvimento o processo de urbanização se dá sem o planejamento adequado para minimizar os impactos nos ambientes aquáticos situados ao redor desses centros urbanos. Com isso, a população passa a sofrer as consequências dessa falta de planejamento e manejo adequados rapidamente: contaminação da água utilizada para abastecimento e irrigação, inundações cada vez mais frequentes, deslizamentos de encostas, erosão do solo, etc.
Por outro lado, não há uma distribuição adequada de recursos financeiros, necessários para enfrentar os desafios relacionados com qualidade da água e saúde pública, mesmo nos 40 países que assumiram esse compromisso, assinando a convenção de Estocolmo. “Além disso, observamos que ações relativamente baratas podem ter um impacto regional significativo, mas muitas vezes essas ações dependem de treinamento e capacitação local”, explicou Azevedo.
Assim, foi um consenso entre os palestrantes da sessão que embora já se tenha conhecimento das principais causas dos impactos que comprometem a qualidade da água; das consequências da falta de saneamento e manejo adequado dos esgotos para a saúde pública; embora já existam tecnologias suficientes para resolver esses problemas, há ainda a necessidade de se resolver muitos desafios. “E os principais são os desafios relacionados com o aumento da conscientização da população sobre a interpelação dos problemas de saúde e meio ambiente. Essa conscientização também precisa ser alcançada pelos diferentes responsáveis por políticas publicas”, finalizou a relatora.
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