Como parte dos eventos de encerramento das comemorações dos 60 anos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), foi realizada nesta quarta-feira (11), a mesa-redonda de lançamento da Revista Brasileira de Pós-Graduação (RBPG) edição 16: A Articulação da Pós-Graduação e a Educação Básica.
“Estamos numa data especial, comemorando os 61 anos da Capes original e cinco anos da Nova Capes”, disse o presidente da agência, Jorge Almeida Guimarães, lembrando que somente em 2007 a instituição passou a trabalhar na formação de professores da educação básica, resgatando o ideal de um de seus criadores, o educador Anísio Teixeira.
Para o presidente, a melhoria da educação básica no nível da pós-graduação é o maior desafio que o País deve superar. “Apesar das dificuldades da educação básica, o ensino superior evoluiu. O programa Ciência sem Fronteiras é prova disso.” Guimarães afirmou que várias ações implementadas nestes cinco anos já estão apresentando resultados.
Dados
A diretora de Formação de Professores da Educação Básica, Carmen Moreira de Castro Neves, apresentou dados dos principais programas da Capes voltados à melhoria da formação dos docentes. Em 2009, ano de criação do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), foram registrados 4.273 matriculados e 32 instituições de ensino superior (IES) participantes do programa. Hoje, já são 62 mil matriculados e 96 IES.
Já o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (Pibid) já conta com 48.225 bolsistas em 2012, com 196 IES e quatro mil escolas públicas participantes.
A diretora citou o Observatório da Educação como o programa que permite a promoção de pesquisas voltadas à articulação da pós-graduação com a educação básica. São 234 grupos de pós-graduação pesquisando o tema. Em 2009, eram apenas 49, que não estavam focados na questão. “Incluímos um direcionamento no edital para que a melhoria educação básica virasse o foco das pesquisas”, informou Neves.
Carmen ainda afirmou que “a articulação entre educação básica e pós-graduação está no DNA da Capes. A missão e a visão de futuro da instituição demonstra isso. Os programas da Capes voltados à melhoria da formação dos professores faz com que os resultados apareçam rapidamente. Não podemos nos permitir espera mais.”
Para a diretora, programas como o Parfor e o Pibid estão mudando as representações sociais existentes nas IES onde os cursos de licenciatura ainda são discriminados. “Esses programas estão permitindo às universidades uma mudança na visão do que é ser professor.”
CTC
O diretor de Avaliação da Capes, Lívio Amaral, disse que a Capes está avançando na articulação entre os níveis de ensino e falou das duas reuniões conjuntas dos Conselhos Técnico-Científicos da Educação Superior e da Educação Básica (CTC-ES e CTC-EB). A primeira foi em 2009 e a segunda há duas semanas (http://www.capes.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/36-noticias/5566-ministro-participa-de-reuniao-dos-conselhos-tecnico-cientificos-da-capes).
RBPG
A 16ª edição da revista traz duas seções: A relação da pós-graduação e a educação básica; As políticas desenvolvidas pela Capes. O professor Robert Evan Verhine, membro do Conselho Editorial da RBPG, listou fatos marcantes com relação a articulação da educação básica e a pós-graduação no âmbito da Capes: a inserção social como um dos eixos da avaliação dos programas de pós-graduação, a partir de 2006; a lei que criou a Nova Capes, em 2007; o grupo de trabalho para elaboração do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG 2011-2020), que inseriu um capítulo especial sobre a educação básica, em 2010; e o edital que selecionou as artigos que resultou em mais duas outras edições da revista.
As publicações estão disponíveis na página da RBPG: http://www2.capes.gov.br/rbpg/.
Além do professor Vehine, os artigos da revista foram analisados por Carlos Roberto Jamil Cury; Décio Gatti Júnior; e Jacques Therrien. Todos fizeram parte da Comissão de Análise e Julgamento de Artigos da RBPG.