O reitor da UFMG, Clélio Campolina, e o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Mario Neto Borges, inauguraram na manhã de 4 de julho o Museu Itinerante Ponto UFMG.
“Não adianta criar uma elite intelectual se isso não gerar melhorias para a sociedade”, destacou o reitor em seu discurso durante a solenidade, no campus Pampulha.
O conhecimento produzido na universidade, segundo ele, precisa ser difundido e o projeto do Museu Itinerante se enquadra no empenho da UFMG de tornar essa dispersão do saber efetiva. “A iniciativa é uma medida que visa contribuir para a resolução de um dos grandes problemas nacionais que é a questão da educação fundamental e média. O grande desafio está na educação fundamental e básica. Não conseguiremos dar um salto econômico, social e político sem a melhoria desta área”, ressaltou.
O presidente Fapemig, Mario Neto Borges, apontou o papel de difusor do conhecimento científico do Museu Itinerante e destaca a grande importância da iniciativa, pois, segundo ele, esse tipo de projeto é difícil de ser executado devido à burocracia.
Para o presidente, é importante que profissionais da Educação, como é o caso da idealizadora do Ponto UFMG, Tânia Margarida Lima Costa, insistam neste tipo de ação, superando as dificuldades, e levem o conhecimento produzido pela ciência para regiões que, em regra, ainda não têm acesso a ele da maneira abrangente como acontece nas capitais.
O evento também contou com a participação de Rocksane Norton, vice-reitora da UFMG, Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Popularização e Difusão de Ciência, Inovação e Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Raquel Elizabete de Souza Santos, subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica da Secretaria de Educação de Minas Gerais, Ronaldo Pena, diretor do BH-Tec, Ângela Dalben, diretora da Escola de Professores do Estado de Minas Gerais e Carmen Maria de Caro Martins, diretora geral da Escola de Educação Básica e Profissional da UFMG.
Interior

O Museu já está recebendo estudantes no campus Pampulha e começará, em breve, a viajar pelo estado. O Museu Itinerante Ponto UFMG é estruturado em uma unidade móvel que, ao chegar a uma cidade, se instalará de forma semelhante a um circo da Fórmula 1 e disponibilizará à comunidade exposições interativas tanto internas quanto externas ao veículo. Juntos, os ambientes interno e externo ocupam uma área aproximada de 800 m². O objetivo do Museu é contribuir para a difusão da ciência e da tecnologia nas escolas de educação básica de Minas Gerais, ampliando a compreensão, pelos estudantes e professores, dos meios de produção científicos e sua relação com a educação e a cultura.
No ambiente interno o Museu tem cinco salas de exposições interativas – Útero, Sentidos, Submarino, Biomas e Cidades -, além de uma sala para projeção em 3D. No ambiente externo, que compreende um palco e o entorno da carreta, são disponibilizados dezenas de experimentos, que articulam diferentes áreas do conhecimento. O Museu Itinerante conta ainda com área para realização de oficinas, coordenadas por professores da UFMG.
“O Museu Itinerante Ponto UFMG visa aproximar o conhecimento científico produzido na universidade da sociedade, em especial alunos e professores da educação básica dos municípios mineiros, muitos deles carentes de materiais, laboratórios e equipamentos científicos e tecnológicos em suas escolas e excluídos do contato com tecnologias e com o ensino de qualidade da ciência”, salienta a autora e coordenadora do projeto, professora Tânia Margarida Lima Costa.
Pesquisa
Aproveitando a penetração e o contato com professores da educação básica do estado, a coordenação do Museu pretende realizar o estudo Pesquisa no Museu Itinerante Ponto UFMG – A cultura científica dos professores da Educação Básica e a criação de uma comunidade virtual de divulgação científica e ensino de ciências.
O objetivo é identificar e analisar a cultura científica de professores da educação básica à luz dos modelos de pesquisa em percepção pública da ciência. Entender como se dá o processo de compreensão desses professores e seus referenciais poderá contribuir com futuras investigações e com a elaboração de programas de divulgação científica para a formação de professores de ciências. Além disso, o projeto visa à construção de uma comunidade de prática virtual para compartilhamento e discussão de assuntos relacionados ao ensino de ciências e divulgação científica.
“Buscamos repensar os espaços não oficiais de desenvolvimento do conhecimento e levar os professores a fazerem o mesmo. Por isso, não se trata de levar o Museu para que os alunos o visitem e voltem para a escola na semana seguinte com a mesma rotina de aprendizado, mas sim que os professores e toda a comunidade escolar sejam influenciados pela experiência de levar a ciência para fora da sala de aula e que reflitam como isso pode ser feito com sua turma e com a comunidade na qual estão inseridos”, ressalta a professora Tânia Margarida.
Viagens
Considerando a demanda de municípios que já manifestaram interesse em receber o Museu Itinerante Ponto UFMG, serão realizadas até duas viagens por mês para diferentes cidades do estado. A programação prevê exposições com experimentos interativos, oficinas com kits pedagógicos, conversas pedagógicas sobre ciência, palestras específicas com temas demandados pela cidade visitada e jornadas culturais envolvendo alunos da educação básica, professores e a comunidade em geral. As visitas de alunos e professores devem ser previamente agendadas pelos telefones (31) 3409-5182 e 3409-5183.
O Museu Itinerante Ponto UFMG conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Secretaria da Educação de Minas Gerais, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), Centro Pedagógico e Pró-reitoria de Extensão da UFMG.