Wladimir Lobato Paraense nasceu em 16 de novembro de 1914 em Igarapé-Mirim (PA). Médico formado pela Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará e pela Faculdade de Medicina de Pernambuco, ele se especializou em anatomia patológica na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

O médico entrou para o Instituto Oswaldo Cruz em 1939 e em 1965 se tornou pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Suas pesquisas principais foram no campo da malacologia, ramo da biologia que estuda os moluscos. Ele foi responsável por identificar dez novas espécies de moluscos de água doce, entre os quais transmissores da esquistossomose.

Membro de 24 sociedades científicas no Brasil, nos Estados Unidos, na Inglaterra, Irlanda e Índia – inclusive a Academia Brasileira de Ciências -, Lobato foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 1995. Dois anos depois, foi eleito o homem do ano pelo American Biographical Institute, dos EUA. Em 1982, recebeu o prêmio Golfinho de Ouro e, em 1985, o prêmio Oswaldo Cruz.

Um dos maiores cientistas brasileiros do século XX, teve atuação também nas salas de aula. Foi professor em universidades de São Paulo, Minas Gerais, Santa Maria (RS), na Universidad de Los Andes (Venezuela), na Nacional del Nordeste (Argentina), na Escuela de Salud Pública (México) e no Instituto de Medicina Tropical Pedro Kourí (Cuba).

Lobato morreu sábado, aos 97 anos, devido a complicações depois de uma queda em casa. Ele deixa mulher e filha. A Academia lamenta profundamente essa perda e se solidariza com a família.