O Ano Internacional da Química está se encerrando em dezembro. Em função disso, o jornalista Luiz Nassif, do Brasilianas.Org, entrevistou o Acadêmico Henrique Eisi Toma, professor do Instituto de Química da USP, que durante uma hora colocou questões importantes para a indústria química no Brasil que passaram em branco ao longo do ano. Ele também comentou alguns dos principais fatos históricos da formação da Química no país, os gargalos da indústria química brasileira e a relação indústria e universidade.

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Apesar de ocupar a sétima posição no ranking das principais potências químicas no mundo, o Brasil ainda carece de uma forte indústria de química fina, capaz de produzir compostos complexos e de alto valor agregado, utilizados pela indústria farmacêutica e de alta tecnologia. “A posição na sétima colocação é garantida porque o país dispõe de grande produção de química pesada, muito importante para a engenharia, e devido ao seu poder de importação de insumos para a produção de fármacos, por exemplo”, diz o Acadêmico.

Segundo Eisi Toma, para que o país possa desenvolver plenamente sua Química – que está na base do desenvolvimento – será preciso um investimento de US$ 32 bilhões nos próximos dez anos. Caso contrário, por mais que haja grandes cientistas no país, a integração entre universidade e indústria estará comprometida.

Além de professor e especialista em nanociência, Toma coordena coordena o Núcleo de Apoio à Nanotecnologia e Nanociências da universidade. É membro da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento (TWAS) e da Divisão de Química Inorgânica da União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC). Recebeu cerca de 15 prêmios nacionais e internacionais, entre eles a Comenda Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. O Acadêmico se formou (1970) e doutorou-se (1974) em Química pela USP, bem como realizou pós-doutorados no Brookhaven National Lab (Nova York, 1976) e em Caltech (California, 1979).