Faleceu, no dia 18 de junho, o Membro Correspondente da ABC Morris Pollard. O norte-americano de 95 anos era professor emérito de Ciências Biológicas e diretor do Laboratório Lobund da Universidade de Notre Dame, em Indiana, nos Estados Unidos.

Nascido em 1916, o patologista experimental graduou-se na Universidade do Estado de Ohio em 1938, concluiu o mestrado no Instituto Politécnico de Virginia em 1939 e o doutorado na Universidade de Berkeley, na Califórnia, em 1950. O Membro Correspondente pesquisou sobre doenças virais e descobriu o primeiro retrovírus em 1938. Pollard pesquisava sobre a leucemia aviária para o Departamento de Agricultura dos EUA quando começou a Segunda Guerra Mundial, em 1939.

Durante quatro anos, ele serviu ao US Army Veterinary Corps, que visa apoiar a estratégia militar nacional oferecendo ajuda médica veterinária. Lá, ele pesquisou e testou vacinas para doenças exóticas que atingiam soldados no Pacífico, como Tifo e Pneumonia Atípica Primária. A exposição a esse trabalho perigoso, que chegou a matar dois colegas de Pollard e deixou outros com deficiências permanentes, levou o cientista a receber a Medalha do Exército e as mais altas honras militares por heroísmo fora de combate.

Após a guerra, o cientista ingressou na Universidade do Texas, onde sua pesquisa pioneira o levou ao desenvolvimento do primeiro teste sorológico para a hepatite A. Em 1961, Pollard foi convidado para assumir o Laboratório Lobund, uma instalação para pesquisas biológicas da Universidade de Notre Dame que estava então em declínio. Como diretor do laboratório, ele fez com que a pesquisa e o ensino se desenvolvessem, supervisionando o mais longo programa de pesquisa médica da universidade por quase 50 anos e publicando mais de 300 artigos científicos.

Pollard estudou continuamente os vírus e o câncer, contribuindo com avanços à pesquisa sobre transplantes de medula óssea para tratar a leucemia, o que o levou a ser agraciado com o Prêmio Hope da American Cancer Society. O cientista havia afirmado, recentemente, que “não poderia se imaginar fazendo outra coisa”: “Eu acho que, se você estiver fazendo algo significativo e importante e de repente para, você sempre vai olhar para trás com arrependimento”.