No dia 12 de abril, o presidente da ABC, Jacob Palis, esteve na China para participar do evento Diálogo de Alto Nível Brasil – China sobre Ciência, Tecnologia e Inovação. O encontro fez parte da visita da presidente Dilma Rousseff ao país, para assinar uma série de acordos de cooperação com o chefe de Estado chinês, Hu Jintao. Dentre as áreas discutidas incluíam-se política, defesa, educação, recursos hídricos, energia, ciência e tecnologia.

O evento foi aberto pela presidente Dilma e seguido de um discurso do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Dentre os pesquisadores brasileiros que participaram do encontro estavam os Acadêmicos Luiz Pinguelli Rosa, Adalberto Fazzio e Virgilio Almeida.


Da esquerda para a direita: Virgilio Almeida (em 2o), Jacob Palis (4o), Adalberto Fazzio (7o) e outros participantes do evento

Presidente da Sessão de Trabalho, Jacob Palis abriu a reunião e, em seguida, iniciou-se a discussão sobre energias renováveis, com apresentações do diretor da Coppe/UFRJ e secretário-executivo do Fórum de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, e do vice-presidente de Guangxi Zhuang, região autônoma da China.

O tema “Nanociências e Nanotecnologias” foi apresentado pelo presidente da Academia Chinesa de Ciências, Bai Chunli, e pelo assessor especial de Nanociência do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) do Brasil, Adalberto Fazzio. Em seguida, o vice-ministro de Tecnologia da Informação do MCT, Virgilio Almeida, e o cientista-chefe do Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento em Alta Tecnologia da China, Huai Jinpeng, falaram sobre Tecnologias de Informação. Também entraram em discussão os temas “Tecnologias Agrícolas/ Segurança Alimentar”, “Políticas de Inovação” e “Ciências Espaciais”.

Um dos acordos estabelecidos entre os presidentes dos dois países foi a criação do Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia, que será um centro de excelência com o objetivo de estimular a pesquisa colaborativa em Nanomateriais, Nanobiotecnologia e Nanodispositivos. A rede envolverá grupos de pesquisa que vão interagir entre si, através do uso da infraestrutura existente nos dois países e funcionará, inicialmente, de 2011 a 2015. Entre as instituições envolvidas na iniciativa estão o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF).

Também foi proposta a criação de um comitê bilateral de pesquisa em Computação e Tecnologias da Informação, de modo a definir mecanismos para implementar a colaboração entre Brasil e China e desenvolver objetivos estratégicos de longo prazo. Neste projeto, os dois lados buscarão envolver centros de Pesquisa e Desenvolvimento, universidades e empresas.

Além disso, Brasil e China vão trocar experiências nas áreas de controle de enchentes, combate à seca, proteção de bacias e ecossistemas hídricos, mitigação de desastres etc. Também foi feita uma parceria em relação à inovação na cadeia produtiva do bambu, tendo em vista o desenvolvimento sustentável.

Em comunicado conjunto, os presidentes dos dois países reiteraram o compromisso de “promover o desenvolvimento das relações bilaterais com visão estratégica e de longo alcance”.