O Complexo Multieventos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), na cidade de Juazeiro, Bahia, recebeu mais de 100 professores de ciências do ensino básico que participaram do VI Seminário Nacional do Programa ABC na Educação Científica nos dias 26 e 27 de novembro de 2010, em Juazeiro, na Bahia.

O evento teve como objetivo estimular as atividades nos diferentes pólos do Programa, bem como acompanhar e avaliar suas atuações. Nesta edição, foi dado um enfoque especial ao Nordeste, com palestras sobre diferentes aspectos da educação científica que vem sendo desenvolvida em instituições de ensino, em centros e museus de ciências na região.

Novas experiências em educação científica

O Acadêmico Diogenes de Almeida Campos, coordenador do Programa ABC na Educação Científica, afirmou que a Academia Brasileira de Ciências (ABC) pretende com esse programa formar professores capazes de entender a natureza, a sociedade e o comportamento humano, e que possam fazer frente a mitos e superstições.

“Nosso papel na educação básica não é ir às frentes, para isso temos pólos em tantos estados brasileiros, envolvendo as Secretarias de Educação e a o próprio MEC. A ABC apóia o método de ciência pela investigação e procura incentivar em eventos como esse a participação de professores e pesquisadores que apresentem outros métodos interessantes de educação científica. Que tenhamos dois dias de discussões proveitosas.”

A coordenadora do curso de Ciências da Natureza Luciana Nóbrega destacou a oportunidade que todos os presentes teriam de discutir em alto nível as diferentes experiências de educação científica. Ela ressaltou que a estrutura da Univasf permitiu a interiorização das experiências de educação pela investigação e que a universidade tem feito um grande esforço no sentido da incorporação da educação científica como política pública no estado e na região. “Essa foi uma das estratégias de desenvolvimento da universidade nos campi de Senhor do Bonfim e de São Raimundo Nonato. Esperamos que fique plantada, a partir desse evento, mais uma semente do ensino de ciência através da investigação.”

As várias formas de divulgar ciência

O diretor do Espaço Ciência e Cultura da Universidade Federal do Vale do São Francisco (ECC/Univasf) Carlos Wagner Costa Araújo (na foto ao lado) celebrou o fato de estarem ali reunidos para discutir as diferentes formas de fazer divulgação de ciência. “O público-alvo desse evento são os professores do Nordeste, que certamente vão aproveitar essas experiências. A escola brasileira precisa da revolução da educação científica e o país precisa dessa apropriação do conhecimento científico para se desenvolver.”

Representando o prefeito de Juazeiro, o chefe de gabinete Roosevelt Duarte Mota agradeceu a enorme contribuição da Univasf para o crescimento da cidade e a qualificação de sua população, assim como ao Reuni, projeto do governo federal para a reestruturação das universidades. “Espero que os participantes possam sair daqui enriquecidos e levem para as salas de aula as experiências aqui vivenciadas.”

Porque as escolas têm computadores, mas não têm laboratórios?

O reitor da Univasf José Weber Freire Macedo cumprimentou a todos e fez um agradecimento especial ao Prof. Antonio Carlos Pavão, do Espaço Ciência de Pernambuco, “uma referência regional de popularização de ciência”. Iniciou sua fala com uma reflexão: “porque o Brasil não tem laboratórios nas suas escolas de ensino fundamental? Agora todas têm computadores, ou seja, passamos para a experiência virtual sem ter tido as experiências no mundo real”.

A ignorância científica, na visão de Weber, já prejudicou diversas gerações do povo brasileiro e não pode se perpetuar nas próximas gerações, “temos a obrigação de romper com isso”. Ele afirmou que os talentos científicos são encontrados nos lugares mais ermos, mas que não se desenvolvem se não tiverem oportunidade.

“O que fazemos aqui é uma gota dágua no oceano, mas é o caminho para promover a popularização da ciência. Que os professores do ensino básico aqui presentes levem essas idéias para as suas escolas, que trabalhem fora das salas de aula, que criem atividades e contem com o apoio da universidade. Tentar fazer com que o conhecimento e a vivência científica chegue a maioria da população é um objetivo que tem e terá sempre o seu integral apoio”, encerrou o reitor da Univasf.

Além de promover uma reflexão teórica e prática sobre o ensino de ciências e apresentar para professores e estudantes de licenciatura o mais recente debate sobre a temática da educação científica, o Seminário proporcionou aos participantes a oportunidade de mostrar as atividades que desenvolveram nas escolas através de pôsteres, fazer oficinas interativas e dialogar com pesquisadores dos centros e museus de ciência do Brasil.

O evento foi patrocinado pela Petrobras apoiado pelo CNPq e Finep, promovido pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e organizado pelo Espaço Ciência e Cultura, que é um centro de divulgação científica da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O ECC/Univasf é também um pólo de formação continuada de professores da educação básica, com foco na autonomia docente, criatividade, realização e construção de experimentos e atividades investigativas.