“Na vida, tudo o que se faz com interesse, vontade, prazer, dedicação e seriedade dá certo!”. Assim Audrey Cysneiros comemorou a premiação, “um reconhecimento nacional do meu trabalho”. A pesquisadora ficou sabendo do Prêmio através de uma amiga, que lhe enviou um e-mail descrevendo a Bolsa-Auxílio Grant LOréal Brasil para as Mulheres na Ciência. “Como eu havia terminado o meu doutorado em 2004, decidi enviar um de meus projetos na área de Ciências Matemáticas”, contou. Deu certo.
Com os recursos obtidos com a premiação, ela pretende agora financiar suas participações em congressos nacionais e internacionais relativos a sua área de pesquisa. “Também precisamos de equipamentos, computadores de alto desempenho para dar suporte às pesquisas”. Ela ainda financiará visitas científicas às diversas universidades em que tem parceria com pesquisadores renomados.
Foi na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que a então estudante obteve o Bacharelado em Estatística, no ano de 1992. “Assim que terminei a minha graduação, percebi que minha vida estava voltada para a área acadêmica”, lembra. Audrey passou no concurso para professora de Universidade e cursou mestrado e doutorado, ambos em Estatística, na Universidade de São Paulo (USP), concluídos em 1997 e 2004. “Após o doutorado, uma nova etapa da minha vida estava se iniciando, a de pesquisadora” conta. Atualmente, Audrey Cysneiros é Professora Adjunta do Departamento de Estatística da UFPE. Ela tem experiência na área de Probabilidade e Estatística, com ênfase em Inferência Paramétrica, trabalhando principalmente com modelos de regressão e refinamento de métodos assintóticos.
A pesquisadora tem tido sucesso e garante nunca ter sofrido preconceito no meio científico por ser mulher. “Até o presente momento, todos os meus projetos submetidos foram aceitos em órgãos de fomento”, relatou. O projeto em questão, que lhe assegurou o Prêmio, visa a obtenção de ajustes para estatísticas de teste. “Testes estatísticos são usualmente baseados em aproximações de primeira ordem, isto é, em valores críticos obtidos de uma distribuição nula limite conhecida, que podem ser pouco precisos quando a amostra é pequena ou mesmo de tamanho moderado”, explica. “Uma alternativa para resolver esse problema é usar teorias assintóticas de alta ordem, que podem tornar métodos inferenciais tradicionais mais precisos em pequenas amostras”, concluiu.
Audrey foi mãe pela primeira vez aos 21 anos, quando ainda estava na graduação. Hoje, aos 40, tem mais uma filha, de apenas dois anos. “Foi difícil, ainda é difícil, mas sempre consegui conciliar casa e trabalho, ser mãe e pesquisadora.”