Pesquisadores da Universidade de São Paulo desenvolveram um equipamento de tratamento e de diagnóstico do câncer de pele – que é o mais freqüente, no Brasil – e corresponde a 25% dos tumores malignos registrados. Mais de 2,5 mil lesões já foram tratadas com o modelo desenvolvido pela USP de São Carlos, que ajuda a tratar lesões causadas pelo câncer de pele, além de diagnosticá-las rapidamente, por um preço mais em conta.

O equipamento desenvolvido pela USP pode ser fabricado por menos de R$ 7 mil, é leve, fácil de transportar – e o melhor – indica na hora se o paciente tem câncer ou não. Outras opções usadas nesse tipo de tratamento já existem aqui e em outros países. Mas o aparelho é caro, quase R$ 200 mil, e não tem as vantagens do modelo brasileiro.

Os pesquisadores já têm um financiamento de R$ 4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fabricar o novo modelo. A previsão é de que até o fim do ano, pacientes de cem cidades tenham acesso, de graça, a essa tecnologia.

“Permite a resolução de casos numa faixa bastante grande, 70, 80% dos casos tratados”, diz o pesquisador da USP São Carlos, o físico e Acadêmico Vanderlei Salvador Bagnato.”Tem um excelente resultado cosmético, dando menos irritação, menos cicatrizes residuais da lesão tratada e sendo com pouca dor e bem tolerada pelo paciente”, afirma a dermatologista Ana Gabriela Sálvio.

Antes de passar pelo tratamento, o que a professora aposentada Flora Bernardes ouviu de um médico foi assustador. “Ele disse que eu tinha que tirar metade do nariz fora. E o resultado é esse que você está vendo no meu rosto. Eu posso enfrentar qualquer um sem constrangimento”, diz Flora.