Entre 30/11 e 3/12, a Academia Brasileira de Ciências promoveu a 3ª Conferência Avanços e Perspectivas da Ciência no Brasil, América Latina e Caribe. O evento reúniu cientistas brasileiros, de Trinidad e Tobago, Cuba, Chile e México para apresentar o estado da arte da pesquisa em diversas áreas noas diferentes países e os principais avanços de 2009.

O presidente da ABC, Jacob Palis, destacou a inserção internacional da ciência brasileira como grande conquista de 2009. “Vamos trazer o Fórum Mundial da Ciência para o Brasil. Isso é uma grande conquista, numa ação junto com o MCT e o CNPq”, adiantou Palis, referindo-se ao evento internacional criado pela Academia de Ciências da Hungria.

No dia 30/11, estiveram na pauta de debates da 3ª Conferência Avanços e Perspectivas da Ciência no Brasil, América Latina e Caribe o fomento e a indução do desenvolvimento científico e tecnológico. Proferiram palestras o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho; o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Acadêmico Jorge Guimarães; e os presidentes das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) do Rio de Janeiro, Ruy Garcia Marques, e de Minas Gerais, Mário Neto Borges.

Em sua palestra, o presidente do BNDES – ao lado na foto com o presidente da ABC, Jacob Palis – destacou a resistência da economia brasileira à crise econômica internacional, mas enfatizou a importância de investir-se estrategicamente em inovação. “A inovação é prioridade para o que a economia brasileira dê um salto qualitativo”, disse Coutinho, destacando que esse avanço inclui a sustentabilidade ambiental e a distribuição de renda.

Na mesa-redonda sobre a atuação das FAPs – mediada pelo secretário estadual de Ciência e Tecnologia do Rio, Alexandre Cardoso -, destacou-se a importância do sistema nacional de ciência e tecnologia. O presidente da Fapemig destacou o peso das FAPs. “O orçamento executado por todas as FAPs em 2008 foi maior do que o do CNPq”, comparou Neto Borges, que também é presidente do Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap).


Mario Neto Borges, Jorge Guimarães, Jacob Palis, Alexandre Cardoso, Ruy Marques

Neto Borges acrescentou, contudo, que é importante fortalecer e institucionalizar o sistema nacional de ciência e tecnologia. Tanto a Fapemig quanto a Faperj são casos bem-sucedidos de agências de fomento cujas capacidades de investimento aumentaram com o cumprimento das leis que garantem seu financiamento.

No caso mineiro, o orçamento da Fapemig saltou de R$ 25 milhões, em 2003, para R$ 210 milhões (com recursos do Tesouro estadual), em 2008. Segundo o presidente da Faperj, Ruy Marques, a execução média da agência fluminense ficou em cerca de R$ 90 milhões entre 2000 e 2006, mas subiu para R$ 222 milhões, em 2008.

Por outro lado, lembrou-se do caso da FAP do Rio Grande do Sul como exemplo de agência que não recebe o mínimo de recursos devido. Por isso, o presidente da Fapemig ressaltou a importância de se fazer uma discussão sobre a melhor forma de garantir capacidade de investimento às agências estaduais.

Já o presidente da Capes, Jorge Guimarães, fez um balanço das atividades da agência de fomento do Ministério da Educação em 2009. Segundo ele, a agência foi bem sucedida na implementação de sua nova missão, que passou a incluir, desde o fim de 2007, a formação de professores para a educação básica.

Guimarães também destacou o trabalho da agência no plano da cooperação internacional, mas ressaltou que é preciso fortalecer os laços com os países do Cone Sul, cujas universidades, com exceção das argentinas, poderiam interagir mais com o Brasil.