A solenidade em homenagem aos 70 anos do Acadêmico Alberto Passos Guimarães realizou-se na tarde de sexta-feira, no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), e reuniu pesquisadores, ex e atuais alunos e amigos do físico.
Ao abrir a cerimônia, o diretor do CBPF, o Acadêmico Ricardo Galvão, leu mensagem do ministro da C&T e Acadêmico Sergio Rezende, que ressaltou a importância de Alberto Passos para a ciência do país. Em seguida, o físico e pesquisador do CBPF Ivan Oliveira apresentou a trajetória profissional do homenageado, de quem foi aluno.
Graduado em Física em 1962 pela Universidade do Brasil e Ph.D. em Física pela Universidade de Manchester, na Inglaterra, em 1971, Alberto Passos foi pioneiro no Brasil no estudo do magnetismo de metais, ligas e compostos intermetálicos utilizando técnicas de interações hiperfinas, tema que dominou grande parte da física no Brasil durante as décadas de 1970 e 1980.
No CBPF desde 1964, criou laboratórios e grupos de pesquisas, orientou teses, publicou artigos e livros. Sempre defendeu os interesses da física básica e esteve à frente da formação de jovens pesquisadores que passaram pelo instituto. Teve ainda papel decisivo na defesa da manutenção da pós-graduação nas unidades de pesquisa do MCT.
O também físico Ennio Candotti, coordenador do Museu da Amazônia e presidente de honra da SBPC, falou sobre a faceta de Alberto Passos voltada à educação em ciências no Brasil. Ele foi, ao lado de Candotti e outros pesquisadores, um dos fundadores do Jornal da Ciência e co-fundador da revista Ciência Hoje, de cujo Conselho Diretor é membro permanente.
Em 1996, Alberto Passos foi condecorado com a Medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico, concedida a personalidades brasileiras e estrangeiras como forma de reconhecimento às suas contribuições científicas e técnicas para o desenvolvimento da ciência no Brasil. Em 2004, foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências.
Contemporâneo de Alberto Passos, o cientista político e pesquisador do Iuperj Luiz Werneck Vianna ressaltou, durante a cerimônia, a atuação política do físico durante o período da ditadura no país. E a pesquisadora Sarita Albagli, amiga de Alberto Passos há 25 anos, encerrou a homenagem brincando com a paixão do físico pelo carnaval e destacando suas qualidades pessoais.