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Ciências Biológicas | MEMBRO TITULAR

Vera Lúcia da Silva Valente Gaiesky

(VALENTE, V.L.S.)

06/12/1947
Brasileira
06/05/2008

Bióloga, Mestre e Doutora em Ciências pela UFRGS, sob orientação dos Drs. Antonio Cordeiro e Aldo Araújo. Após o Doutorado, iniciou linha de pesquisa independente, orientando Mestrados e Doutorados nos Programas de Pós Graduação em Genética e Biologia Molecular e de Biologia Animal na UFRGS e em Biodiversidade Animal na UFSM, formando 24 Mestres e 13 Doutores, entre 1988 e Fevereiro de 2008, permanecendo outros 7 em formação. A maioria de seus ex-orientados são vinculados a Universidades públicas e privadas, e líderes de novos grupos de pesquisas. Entre suas contribuições estão: a liderança de um amplo grupo de estudantes de Graduação e Pós Graduação, em muitos aspectos da Biologia Evolutiva de Drosophilidae, como Genética, Ecologia e Evolução, desenvolvendo diferentes abordagens, tanto “clássicas” quanto moleculares. Sob sua orientação, os primeiros Mestrado (Regner, 1992) e Doutorado (Loreto, 1997) sobre transposons de Drosophilidae foram feitos na América Latina, começando uma linha de pesquisa que tem produzido sólido conhecimento sobre o papel das seqüências móveis, na gênese de variabilidade genética, materia prima para a evolução dos genomas de Eucariotos. A ocorrência de transferência horizontal de informação genética entre diferentes espécies, detectada em muitos estudos na UFRGS contribuiu para a compreensão da plasticidade dos genomas como não se supunha até poucos anos atrás. A relevância desses estudos trouxe importantes pesquisadores estrangeiros ao Brasil, como os Drs. Margaret Kidwell (EUA) e Pierre Capy (França), com quem se estabeleceram projetos colaborativos, resultando em publicações e em estudos em andamento, envolvendo estudantes e ex-estudantes. Os estudos de Citogenética dos grupos willistoni e cardini de Drosophila, tem utilizado ferramentas modernas para construir mapas cromossômicos precisos e para localizar in situ, seqüências de DNA (transposons, relacionando seus locais de inserção com os pontos de quebra de rearranjos cromossômicos), e genes de cópia única para mapeamento físico, revelando a evolução cariotípica de espécies relacionadas. O investimento na formação de Zoólogos, capazes de identificar e mensurar a Biodiversidade de Drosophilidae, em paralelo com a de Geneticistas, resultou no estabelecimento de filogenias acuradas e de padrões precisos de distribuição de espécies, bem como a identificação de muitas novas espécies. A colaboração com a Dra. Myriam Budnik (Chile) permitiu que a abordagem filogenética de espécies Neotropicais fosse ampliada para o grupo da Drosophila mesophragmatica, incluindo várias espécies endêmicas daquele País. A abordagem citogenética foi enriquecida pelas colaborações estabelecidas com a Dra. Eliana Abdelhay da UFRJ e com as Dras Beatriz Goñi e Yanina Panzera da Universidad de la Republica do Uruguay. A participação da Dra. Panzera facilitou o achado de diferentes padrões de metilação do DNA entre sexos e estágios de Drosophila willistoni, diferentemente do que ocorre com os genomas de todas as outras espécies de Drosophila estudadas. A excelência desses estudos, especialmente os com o grupo da D. willistoni, resultou no convite dos coordenadores do Drosophila 12 Genomes Consortium, envolvendo pesquisadores dos EUA, Europa e Ásia para colaborar com este importante esforço internacional, desde a escolha da linhagem de D. willistoni a ser seqüenciada, até a construção do mapa cromossômico de referência da espécie e o mapeamento físico das seqüências. Nossa participação foi extremamente importante, uma vez que D. willistoni foi a única espécie Neotropical seqüenciada e que tem se mostrado única em relação às onze outras, quanto a várias de suas características genômicas. Os primeiros resultados publicados na Nature de 8 de novembro de 2007.