Leia artigo do Acadêmico Isaac Roitman, professor emérito da Universidade de Brasília e da Universidade de Mogi das Cruzes, pesquisador emérito do CNPq, membro do Movimento 2022 -2030 o Brasil e o Mundo que queremos, publicado no Monitor Mercantil em 17 de maio:

Todas as vezes que estamos em sofrimento ou diante de grandes desafios, buscamos algo ou alguém fora para nos ajudar. Aqueles que são religiosos apelam para santos ou para Deus. Para outros, a busca é para um salvador, um herói, que resolverá os problemas. Freud, Kafka e Lacan alertam que a necessidade de heróis passa pela figura do pai.

Segundo Paulo Incott, “uma sociedade que precisa de heróis para resolver os seus problemas estruturais é uma sociedade imatura. Uma democracia que precisa de heróis é uma democracia imatura. Uma sociedade que acredita e confia em heróis pode acabar se vendo rapidamente dominada por estes. A história está repleta de ‘pais terríveis’, na plena acepção da expressão”.

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Como lembra [o Acadêmico] José Murilo de Carvalho, esquecer e reescrever a história geralmente envolve a criação de memórias e heróis nacionais, símbolos, alegorias, mitos e rituais. Fatos e personagens históricos são reinterpretados, frequentemente pelos próprios historiadores, para tornar possível a coexistência de contrários e a junção de elementos díspares.

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Os heróis nacionais fazem parte do panteão cívico de todas as nações. Eles servem como imagem e de modelo para a nação. No processo de construção de um herói, é possível detectar qual o tipo de personalidade e quais os valores mais altamente considerados pelo povo, tal como um espelho ou como uma aspiração. A criação de uma memória nacional, de mitos e de heróis, ajuda as nações a desenvolver uma unidade de sentimentos e propósito, a organizar o passado, a tornar o presente inteligível e a encarar o futuro.

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No Brasil, para resolvermos os graves problemas sociais, não precisamos de heróis ou mitos. Precisamos, sim, através de uma educação libertadora e inclusiva, formar lideranças em todas as áreas de conhecimento, com responsabilidade social e equipados para semear virtudes. Nesse cenário poderemos transformar esse belo país em um exemplo para a humanidade.

Leia o artigo aberto, completo, no Monitor Mercantil