Nesta segunda-feira, 19 de dezembro, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) organizaram uma cerimônia conjunta para marcar oficialmente o início das obras do Centro Nacional de Vacinas (CNVacinas MCTI) que está sendo construído em Belo Horizonte. O projeto é fruto de um acordo as partes para expandir o atual Centro de Tecnologia de Vacinas da universidade (CTVacinas UFMG), aumentando suas atribuições.

Marcelo Morales

Durante a pandemia, a ausência de centros capazes de produzir o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) deixou o Brasil dependente de outros países na corrida por imunizantes. De acordo com o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, o Acadêmico Marcelo Morales, acabar com esse gargalo é uma das missões do novo centro, que também atuará na pesquisa e produção de novas plataformas vacinais, kits diagnósticos e fármacos.

O espaço será aberto para pesquisadores de todo o Brasil e servirá de elo entre a academia e o mercado para fomentar inovação e garantir que os frutos da tecnologia cheguem mais rapidamente à população. “Será mais um pólo de pesquisa no Brasil em produção de vacinas e isso nos ajuda no sentido de nos tornar autossustentáveis. É um momento importante, não apenas sobre as doenças que estão aí, mas também em relação ao que pode vir no futuro”, afirmou a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida.

Ricardo Gazzinelli

“O Brasil tem um ecossistema de vacinas que é quase completo: tem as instituições que fazem a prova de conceito, tem grupos muito bons que fazem ensaios clínicos, tem as fábricas que produzem vacinas e tem o SUS [Sistema Único de Saúde], que distribui as vacinas com muita capilaridade. Porém, não tinha a parte de inovação, que passa da prova de conceito para o ensaio clínico. É o nosso nicho, onde pretendemos atuar”, explicou o Acadêmico Ricardo Gazzinelli, coordenador do CTVacinas UFMG.

Virgílio Almeida

Os três lembraram do papel que a Academia Brasileira de Ciências (ABC) cumpriu durante a pandemia, destacando o documento “Vacinas para o Brasil”, publicado pela ABC em 2021. A Academia esteve representada na cerimônia por seu diretor Virgílio Almeida, que destacou o papel do CTVacinas na produção da Spin-TEC MCTI UFMG, primeira vacina 100% brasileira que já está na fase de testes clínicos.

Além da covid-19, o centro também está com trabalhos adiantados para criar imunizantes contra malária, leishmaniose, doença de Chagas e varíola dos macacos.