Embora popularizada e celebrada desde o começo da pandemia, a ciência vive também um momento de cortes e limitações no Brasil. No Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, celebrado em 8 de julho, o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, defendeu que pesquisadores reajam a reduções sucessivas no orçamento para a área.

Esses cortes estão inviabilizando a ciência no país em um dos momentos em que a sociedade mais precisa dela, afirma Davidovich, que também aponta conquistas no setor.

“Temos várias conquistas a celebrar. Temos um sistema de saúde que defende e protege a população brasileira. Mas temos também preocupações neste dia. Cortes orçamentários sucessivos estão inviabilizando a ciência brasileira, as universidades federais e também a indústria de transformação. Precisamos reagir contra isso. Por isso mesmo, este Dia Nacional da Ciência é um dia de luta. Convocamos todos a lutar pela ciência, pela tecnologia, pela inovação e pela educação de qualidade para todos. Isso é fundamental para garantir um futuro sustentável para nosso país”, declara o presidente da ABC.

Apesar da dificuldade, cientistas brasileiros e membros da ABC já lideram pesquisas inovadoras que podem ajudar no controle da pandemia.

Uma delas, liderada pela microbiologista Vivian Vasconcelos da Costa, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), identificou a redução das lesões provocadas pelo vírus no pulmão de camundongos previamente infectados com uma versão de beta coronavírus, o murino, similar ao Sars-CoV-2. A diminuição dos efeitos do vírus ocorreu com o uso de inibidores e estratégias genéticas em uma molécula inflamatória, o TNF.

Tanto em aplicações pela via nasal quanto pela sistêmica, o mecanismo bloqueou o aumento da COVID-19 nos pulmões. O mesmo resultado foi alcançado na aplicação do inibidor in vitro em células humanas durante o estudo, que aguarda agora publicação em uma revista científica.

A autora do estudo foi vencedora do Prêmio Para Mulheres na Ciência, promovido pela L’Oréal, Unesco e pela Academia Brasileira de Ciências, em 2020.

Outra pesquisa brasileira, liderada pelo virologista e vice-coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (CDTS/Fiocruz), Thiago Moreno, indica novas respostas contra a COVID-19 por antivirais usados no tratamento da hepatite C. Conduzido pelo CDTS/Fiocruz em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz, o estudo descobriu também que, em versões graves da COVID-19, retrovírus endógenos são ativados, o que pode explicar casos de mortalidade precoce pela doença.

Essas duas pesquisas foram apresentadas na terça-feira (6) no webinário, promovido pela ABC, “Novas Fronteiras em Pesquisas sobre Covid-19“. O conteúdo está disponível no YouTube da Academia.


Assista a fala do presidente da ABC, Luiz Davidovich, para este dia:


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