Leia este artigo escrito pela Acadêmica Mercedes Bustamante para site Direto da Ciência, publicado em 22/9:

Nas duas crises, sanitária e ambiental, que atingem o Brasil, vemos se intensificar o uso deliberado da desinformação por quem deveria ter a transparência como regra e o serviço à população brasileira como dever. Nesse processo, ataca-se e questiona-se a atuação e o trabalho de cientistas e instituições de pesquisa com sólido histórico de contribuições para a ciência e o desenvolvimento do país.

Mesmo diante da abundância de relatos, imagens in loco ou obtidas a partir de satélites, mesmo com a poluição de queima de biomassa no Norte e no Centro-Oeste, atingindo o Sudeste e o Sul do Brasil, a atuação do governo federal tem sido atacar os dados e aqueles que os disponibilizam e não oferecer as respostas coordenadas e tão necessárias neste momento. Depois de “passar a boiada”, agora é a conversa para boi dormir.

Ainda que sólidas evidências científicas terminem por se sobrepor à guerra de desinformação, as consequências do atraso na resposta por meio de políticas públicas afetam e afetarão a vida de vários milhões de pessoas. Tanto o descaso com a conservação ambiental, como os ataques à ciência e aos cientistas, solapam no Brasil suas melhores ferramentas para o enfrentamento da crise sistêmica em que se encontra mergulhado.

Tais agressões desconstroem o esforço de várias gerações na consolidação da pesquisa no Brasil, com sérias repercussões para nossa democracia.

Não há futuro no negacionismo, só atraso e desesperança.

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