No dia 9 de junho foi realizada a Marcha Virtual pela Vida, promovida pela Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) e mais dezenas de instituições que estão unidas pelos valores democráticos, contra a desigualdade e a favor da ciência e do conhecimento como grandes parceiros para o enfrentamento da pandemia que assola o mundo e, em especial, o Brasil.

Integrada ao evento, a ABC promoveu seu décimo webinário da série “O mundo a partir do coronavírus”, excepcionalmente às 17h, horário de Brasília. O tema foi SALVANDO VIDAS HOJE e os palestrantes foram os médicos Patricia Rocco, Matheus Mourão e Marcus Lacerda.

O painel “As Ciências e a Vida” deu início às atividades da Marcha Pela Vida. O presidente da SBPC, Ildeu Mreira, destacou que o  objetivo da Marcha é chamar a atenção para a importância da vida como bem fundamental e direito de todos; alertar para a importância das autoridades, gestores e da sociedade em seguirem as orientações cientificas, sanitárias e médicas; a necessidade de fortalecimento do SUS e a preservação do meio ambiente.

A mediação foi do jornalista Herton Escobar, que apresentou vídeos pré-gravados de 14 cientistas e pesquisadores de diversas áreas das ciências exatas, humanas e da Terra.

O Acadêmico Aldo José Gorgatti Zarbin, do Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná (UFPR), defendeu que a química sustenta a vida.

Os Acadêmicos Paulo Artaxo, Maurício Barreto, Pedro Vasconcelos e Mercedes Bustamante falaram sobre a relação da saúde do planeta com a pandemia do coronavírus. Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP),  disse que meio ambiente e vida são temas inseparáveis. O médico virologista Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, pesquisador do Instituto Evandro Chagas (IEC) e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, afirmou que a biodiversidade, se quebrada, resulta na emergência de muitos patógenos. A ecóloga Mercedes Bustamante, professora da Universidade de Brasília (UnB), acrescentou que a diversidade é, talvez, a característica mais marcante da vida. O médico Maurício Barreto, professor titular aposentado em Epidemiologia do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pesquisador da Fiocruz-Bahia, defendeu o fortalecimento do SUS e de todos os mecanismos de proteção social, bem como da estrutura científica, para que esta possa produzir a maior quantidade possível de conhecimento que ajude a entender a pandemia e criar recursos para ampliar a capacidade de proteção.

O antropólogo e Acadêmico Otávio Velho, professor emérito do Museu Nacional (UFRJ) e presidente de honra da SBPC, afirmou que estudos mais recentes da antropologia apontaram a vida, não como inata ou adquirida, como se pensava tradicionalmente, mas algo que se desenvolve, como um itinerário. “Nesse sentido, poderíamos abrir novas possibilidades de interlocução com outras disciplinas e quem sabe até o surgimento de novas disciplinas.”

(Texto adaptado de matéria do Jornal da Ciência)


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