Leia a matéria de André Julião para a Agência Fapesp, publicada em 14/5:

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto Nacional do Câncer (Inca) vão estudar diferentes populações de macrófagos – tipo de célula do sistema imune – presentes nos tecidos adiposos de pessoas magras e obesas, de ambos os sexos. O objetivo é entender como essas células atuam no processo inflamatório de pacientes com obesidade, mais propensos a doenças crônicas como diabetes e hipertensão arterial e também a complicações da covid-19.

O grupo brasileiro é o único da América Latina contemplado na chamada internacional “Single-Cell Analysis of Inflammation”, da Chan Zuckerberg Initiative (CZI). O projeto foi contemplado com US$ 525 mil, para serem aplicados em dois anos. A equipe é liderada pelos pesquisadores Marcelo Mori [membro afiliado da ABC] e Pedro Moraes-Vieira, ambos do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, em conjunto com Mariana Boroni, pesquisadora do Inca, no Rio de Janeiro.

Os pesquisadores da Unicamp foram recentemente contemplados na chamada Suplementos de Rápida Implementação contra covid-19 da Fapesp. Mori investiga como o envelhecimento contribui para a infecção pelo SARS-CoV-2, enquanto Moraes-Vieira estuda os fatores de risco associados à maior gravidade da covid-19, além de fazer o mapeamento de vias metabólicas necessárias para a resposta contra o SARS-CoV-2.

Mori e Moraes-Vieira fazem parte ainda do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) apoiado pela Fapesp.

Análise de cada célula

A chamada da organização filantrópica norte-americana – fundada em 2015 pela médica Priscila Chan e seu marido, Mark Zuckerberg, dono do Facebook – tem como objetivo financiar estudos focados em processos inflamatórios a partir da análise de célula única, uma técnica ainda incipiente no Brasil. Foram 29 projetos aprovados no total, a maioria dos Estados Unidos, que dividirão US$ 14 milhões em recursos.

“A análise de célula única é uma estratégia revolucionária, que vem aumentando nos últimos anos a capacidade de entender diferentes tipos celulares em um mesmo tecido. A técnica permite determinar a expressão de genes de cada célula da amostra. Isso permite quantificar dezenas de milhares de células e, assim, aumentar a resolução da análise”, explica Mori.

 

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