Leia a coluna Hora da Ciência, do jornal O Globo, com texto do Acadêmico Roberto Lent, publicado em 16/04:

A urgência de encontrar soluções para controlar a Covid-19 tem revelado a importância da ciência. Nem sempre fica claro, porém, como funciona essa genial invenção humana. A pressão por resultados faz pensar que tudo é mágico: a ciência resolve em um clique. Vã ilusão. Não há que confiar em opiniões apressadas, mesmo que sejam de presidentes. A ciência se move por problemas. Talvez mais importante seja o problema do que a solução, porque ele abre caminhos que a solução encerra. Problemas podem ser “esotéricos” (como surgiram os vírus na natureza?) ou práticos (como curar as doenças virais?). Os esotéricos são abordados pela pesquisa básica, os práticos, pela pesquisa aplicada, ambas incluídas no parque científico dos países modernos.

Tudo muito bonito, dirá o cidadão. Mas a questão que interessa é a seguinte: como vamos curar a Covid-19? A urgência do problema nos leva a mobilizar os pesquisadores com expertise básica nas proteínas que jogam os vírus para dentro das células, por exemplo. Será que conseguiríamos desenvolver uma molécula que ocupasse esses ancoradouros, bloqueando a invasão viral?

Se esse for um bom caminho, os experimentos ficam mais aplicados: a primeira etapa é a pesquisa pré-clínica, em que a substância com potencial terapêutico é estudada em células e animais no laboratório. Digamos que a nossa molécula funcione nesses primeiros experimentos. É preciso então percorrer um rigoroso protocolo de pesquisa clínica.

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