Leia artigo de opinião do Acadêmico Daniel Martins-de-Souza, membro afiliado da ABC, professor associado de bioquímica do Instituto de Biologia da Unicamp, coordenador de Biologia da Fapesp e pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, publicado na Folha de S. Paulo em 2/4:

No grupo de WhatsApp da família, uma tia pergunta: “E a cura para a Covid-19, vai demorar?”. E a outra: “E quanto tempo leva essa vacina?”. E um tio, em seguida: “Meu sobrinho, você precisa deixar sua pesquisa um pouco de lado e se engajar em resolver este problema para nós!”.

Tais colocações têm sido comuns por familiares e amigos de cientistas, porque as pessoas confiam que a ciência pode ajudar na crise atual. Em geral, se percebe que a ciência contribui muito para nossa qualidade de vida. Comida em nossos pratos, suco de laranja, semáforo inteligente, carros que estacionam sozinhos, GPS, alta definição que temos na TV de casa, smartphones, cerveja, remédios, vacinas… Tudo isso tem muita ciência por trás. No momento atual, poucos minutos de noticiário são necessários para entendermos que muito se espera da ciência.

A ciência afeta nossas vidas pelo menos em três dimensões: social, econômica e intelectual. A ciência pode melhorar nossa vida em sociedade, nos torna mais produtivos, mais competitivos e mais ricos —e, por fim, nos torna seres mais conhecedores da forma de funcionar do universo e da sociedade. Ao longo de séculos, cientistas criaram um acervo de conhecimentos que constituem um ponto de partida para, em momentos como este, tirar ideias para criar outras ideias que nos ajudem a superar os desafios da Covid-19.