A última sessão da 22ª Conferência TWAS-Lacrep (The World Academy of Sciences-Latin America and Caribbean Regional Partner) e da 1ª Conferência Regional da TYAN (TWAS Young Affiliates Network) encerrou os eventos com a perspectiva de oportunidades para o financiamento da ciência no exterior. O encontro, realizado entre 27 e 29 de novembro, intitulado “Ciência na América Latina: hoje e amanhã”, reuniu jovens cientistas para discutir suas pesquisas, desafios e ações para o desenvolvimento da ciência na América Latina e Caribe.

Feng Kai, da Aliança de Organizações Científicas Internacionais (ANSO, na sigla em inglês); Zhang Ningning, da Iniciativa Presidencial Internacional de Bolsas de Estudo (PIFI, na sigla em inglês); e Mônica Santos de Freitas, da Fundação Alexander von Humboldt, foram os responsáveis por apresentar os programas que suas instituições oferecem aos jovens cientistas.

Idealizada pela Academia Chinesa de Ciências (CAS, na sigla em inglês), organizações internacionais e mais de 20 academias de ciência, incluindo a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a ANSO tem como objetivo promover a cooperação nas áreas de ciência, tecnologia e inovação nas regiões do cinturão e da rota – que recriam as rotas terrestres e marítimas da seda para o século XXI. A aliança significa um avanço da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, criada pelo Presidente chinês Xi Jinping em 2013 a fim de estimular a colaboração em ciência e tecnologia entre a China e os países incorporados pelas rotas.

O trabalho da ANSO se concentra nas áreas de educação e construção de competência; programas internacionais; política e aconselhamento científico; transferência de tecnologia e inovação com mecanismos de mercado; e a propagação dos espíritos científicos e da comunicação científica.

São oferecidos três tipos de programa: o de bolsa de estudos e pesquisa; o de treinamento; e o de prêmios e recompensas. Para saber mais, acesse: http://www.anso.org.cn/.

A PIFI, também criada pela CAS, é um programa de financiamento específico para atrair talentosos pesquisadores estrangeiros, a fim de promover trocas científicas, cooperação em pesquisa e estudo. Podem se beneficiar dessa iniciativa cientistas em variados estágios da carreira, são oferecidos sete programas diferentes para: estudantes de mestrado, doutorado, pesquisadores em pós-doutorado, equipe jovem, especialistas, cientistas visitantes e cientistas notáveis.

Por fim, a Fundação Alexander von Humboldt é uma rede internacional de cooperação científica que promove pesquisadores excepcionais da Alemanha e do exterior. A instituição não patrocina projetos, mas sim indivíduos, e estes têm a liberdade para escolherem seu tópico de pesquisa, anfitrião acadêmico e parceiro colaborativo na Alemanha.

Para os acadêmicos do exterior, são oferecidas diferentes oportunidades, baseadas em seu tempo de carreira. Os pesquisadores de pós-doutorado podem concorrer a Humboldt Research Fellowship e a Georg Forster Research Fellowship; os líderes juniores de grupo de pesquisa podem concorrer ao Sofja Kovalevskaja Award; além da Humboldt Research Fellowship e a Georg Forster Research Fellowship, os pesquisadores experientes podem concorrer ao Max Planck-Humboldt Research Award e ao Friedrich Wilhelm Bessel Research Award; e ainda, acadêmicos renomados internacionalmente podem concorrer a Humboldt Research Fellowship, a Georg Forster Research Fellowship e a Alexander von Humboldt Professorship.

Em 2012, a fundação também criou, em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o programa Bolsas para Pesquisa Capes/Humboldt, com o objetivo de conceder bolsas para pesquisadores altamente qualificados, que possuam vínculo, empregatício ou não, em instituições de ensino ou pesquisa do Brasil em todas as áreas do conhecimento. As bolsas são oferecidas nas modalidades de pós-doutorado e pesquisador experiente.

Para mais detalhes, acesse: https://www.humboldt-foundation.de/web/home.html.

 

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