Criado para promover o papel das mulheres na ciência, inovação, tecnologia e engenharia, o Gender In Science, Innovation, Technology and Engineering (SITE) demonstra como a aplicação de uma lente de gênero a estes campos pode fornecer resultados mais sustentáveis no contexto do desenvolvimento. Alinhada com sua missão, em 11 de março, a iniciativa internacional lançou, na sede da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o relatório “Pathways to Success: bringing a gender lens to scientific leadership of global challenges”.

O documento explora a questão da liderança das mulheres na ciência e traz à discussão algumas questões relacionadas que geralmente não são levadas em consideração.  Por meio de entrevistas com mulheres e homens que lideram projetos internacionais de ciência e tecnologia, destacam-se diferentes caminhos para o sucesso e como a mudança institucional é tão furtiva e difícil de alcançar.

Como descrito pelo Conselho Consultivo de Gênero da Comissão de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU), é importante que se tenha uma perspectiva de gênero que assegure “oportunidades iguais e avanço em ciência, tecnologia, engenharia, disciplinas de matemática (STEM, na sigla em inglês) e inovação em larga escala”.

Elaborada por um grupo de especialistas, incluindo a brasileira Alice Abreu, professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a publicação também está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Os ODS propõem que a igualdade de gênero seja reconhecida como uma força para mudanças transformadoras na busca de desenvolvimento sustentável nos níveis social, ambiental e econômico e apelam especificamente à promoção das “vozes das mulheres, liderança e organização” na ciência, reconhecendo isto como crucial para enfrentar os desafios globais.

Membro da diretoria da Academia Brasileira de Ciências (ABC), a física Márcia Barbosa lembra ainda os dados apresentados pela empresa de consultoria McKinsey & Company, que mostrou como a diversidade alavanca a performance das empresas. “Quanto mais mulheres, quanto mais diversidade, maior é a eficiência do sistema”, ela afirma.

O relatório está disponível em inglês neste link.