Leia a seguir artigo do Acadêmico Jailson de Andrade, presidente da Academia de Ciências da Bahia, publicado em 25 de janeiro pelo jornal A Tarde:

A ciência e a educação compõem a base para o desenvolvimento tecnológico e para a inovação, bem como o alicerce para o desenvolvimento social e econômico sustentável das nações. Assim, educação, ciência, economia e qualidade de vida andam juntas no mundo contemporâneo.

A Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia – Fapesb, criada em 2001, é vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) e tem a finalidade de fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado da Bahia, através de ações que fortaleçam a pesquisa local, estimulando a ciência e o ensino, contribuindo para a diminuição das desigualdades sociais e regionais, a preservação do meio ambiente e o fortalecimento da economia do estado da Bahia.

A Fapesb tem um histórico invejável de contribuições altamente relevantes para o avanço educacional, cientifico e tecnológico do nosso Estado, através do investimento de recursos provenientes de várias secretarias estaduais e de convênios com empresas e agencias federais. Os recursos disponibilizados pela Fapesb envolvem o apoio a jovens pesquisadores e pesquisadores consolidados, a concessão de bolsas em todos os níveis, da iniciação cientifica ao mestrado, doutorado e pós-doutorados, bem como o apoio a instituições de ensino superior públicas (estaduais e federais) e privadas.

O desenvolvimento da pós graduação na Bahia é um bom exemplo da abrangência e importância da Fapesb. Quando foi criada em 2001, a Bahia sediava 15 cursos de doutorado, todos na UFBA, e 40 cursos de mestrado: 36 com sede em Salvador e 4 no interior. Atualmente, existem no nosso estado 281 cursos de pós graduação stricto sensu (196 mestrados e 85 doutorados) sendo que 179 têm sede em Salvador e 102 no interior. Em 18 anos, a pós-graduação stricto sensu ampliou consideravelmente, diversificou e interiorizou. Tudo isto com grande incremento na qualidade. Esta expansão não teria acontecido sem o significativo apoio financeiro e a liderança da Fapesb.

Há pelo menos cinco anos o setor de Ciência, Tecnologia e Inovação vem sofrendo cortes orçamentários significativos e que comprometem o futuro, pois os cortes aconteceram tanto em nível federal, na Capes, CNPq e  Finep, como em varias agencias estaduais, dentre elas a Fapesb. O Brasil precisa urgentemente corrigir a forma de lidar com o fato de que ciência, economia sustentável e qualidade de vida andam juntas no mundo contemporâneo. Governos que relegam a área de Ciência, Tecnologia e Inovação a um segundo plano comprometem o futuro de suas próximas gerações. O futuro da educação, ciência e tecnologia no Estado da Bahia está umbilicalmente dependente da recomposição estrutural e financeira da Fapesb.