Mural-Grafite da Ciência, que ocupa muro externo do CBPF. É tido como a maior manifestação urbana de arte do mundo dedicada exclusivamente à ciência, tecnologia e inovação. Foto: Luiz Baltar

No próximo dia 15 de janeiro, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no bairro da Urca, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, completará 70 anos de sua fundação. E, ao longo deste ano, por meio de várias atividades científicas e culturais, vai pôr em prática o mote que adotou recentemente: “celebrando o passado, realizando o presente e construindo o futuro”.

“Celebramos os 70 anos de contribuições ao avanço da pesquisa básica no Brasil, pautados sempre pelos critérios de excelência estabelecidos pela comunidade de física mundial. Nossa história é rica em interações com os melhores cientistas brasileiros e estrangeiros. Apesar de nosso objetivo estar sempre focado nos desafios básicos da física, nosso trabalho acaba tendo impacto importante em inúmeras áreas da sociedade, das implicações para os esforços de inovação no setor empresarial à educação de jovens”, afirma o diretor do CBPF, o físico experimental Ronald Cintra Shellard [membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC)].

Por meio de uma série de eventos ao longo deste ano, a instituição aproveitará a efeméride para não só relembrar seu passado e seus fundadores, mas também ampliar seu papel como instituição voltada para a infraestrutura da pesquisa científica e tecnológica de ponta no país, bem como planejar o futuro de seus laboratórios multiusuários ‒ como o nome sugere, aberto a pesquisadores de outras instituições e áreas.

“Um dos pilares da atuação do CBPF é justamente o uso de seus laboratórios multiusuários e de sua infraestrutura de pesquisa e serviços especializados pela comunidade científica. Pretendemos, para os próximos anos, aumentar o número de laboratórios abertos a pesquisadores do Brasil e da América Latina”, disse o tecnologista sênior Márcio Portes de Albuquerque, vice-diretor do CBPF.

Pós-graduanda do CBPF trabalhando em equipamento XPS, que emprega raios X para analisar a
superfície de materiais, em instalações que pertencem ao Laboratório Multiusuário de Nanociência e
Nanotecnologia (Labnano). Foto: CBPF

Ainda como desdobramento de seu mote, o CBPF reforçará e tentará expandir suas atividades em temas de fronteira, nas áreas de física de altas energias e astropartículas; matéria condensada, materiais e nanociências, cosmologia; biofísica; física teórica e aplicada. Essas atividades implicam desenvolvimento de fronteira em instrumentação científica e tecnológica, computação, além de uma dedicação/capacitação para a documentação, organização da informação e divulgação científica.

Hoje, o CBPF é uma instituição de renome internacional em seus campos de pesquisa teórica e experimental. Sua pós-graduação, desde 2007, mantém a nota 7 (excelência internacional), dada por avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Isso atesta a excelência do programa, de seus docentes e discentes.

De 2013 a 2016, o CBPF contabilizou mais de 1,4 mil publicações, com índice de participação discente de 0,45 – acima da média nacional (0,40). Seu parque de equipamentos científicos ‒ avaliado em mais de R$ 200 milhões ‒ está voltado para a pesquisa de ponta em física e áreas correlatas e tem uma produção técnica e cientifica de valor inestimável e intangível ‒ como deve ocorrer em instituições de pesquisa em ciência básica.