Representantes da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Chinesa de Ciências

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) recebeu em sua sede, na quinta-feira (27), representantes da Academia Chinesa de Ciências (CAS, na sigla em inglês) para debater a cooperação entre as duas academias. Da comissão brasileira, estiveram presentes o presidente da ABC, Luiz Davidovich, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Marcos Cintra, e os Acadêmicos Helena Nader, Elíbio Rech, Wanderley de Souza, Carlos Morel e Ricardo Galvão. Da delegação chinesa, participaram o vice-presidente da CAS, Yaping Zhang, os professores Yin Li e Yi Shi, e a representante do Departamento de Cooperação Internacional da academia chinesa, Ting Tong.

Durante o encontro, os cientistas discutiram vários temas para a cooperação. Como resultado, alguns projetos já foram agendados para o ano de 2018, como um workshop sobre ciência na agricultura, a ser realizado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e outro sobre ciências espaciais na China. Estão sendo organizados também workshops nas áreas de biotecnologia e nanotecnologia.

O professor Davidovich explicou que a partir dessas atividades podem surgir projetos conjuntos de pesquisa, e destacou o papel da ABC nas colaborações internacionais: “as colaborações da Academia Brasileira de Ciências com outras academias é especialmente importante para dar um componente científico à colaborações que já possam existir entre governos, por exemplo, na área de ciências espaciais, onde a cooperação entre governos é basicamente de caráter tecnológico, enquanto a ABC junto com a CAS podem trazer para essa colaboração um componente científico importante.”

Membros da administração e da comunidade científica das academias discutem cooperação internacional

O presidente da ABC apontou o forte investimento que a China tem realizado em ciência e inovação tecnológica, independentemente da situação de crise econômica global. “A lição que nós pegamos disso é que países precisam investir em ciência e tecnologia, no mundo contemporâneo, para ter um protagonismo internacional e para a qualidade de vida de sua população”, concluiu Davidovich.

Para o vice-diretor da Academia Chinesa de Ciências, o Brasil deve assumir o protagonismo na cooperação científica com outros países. Sobre a colaboração entre Brasil e China, Yaping Zhang afirmou: “A China tem uma relação muito boa com o Brasil e com a América Latina, e a nossa frutífera colaboração científica já foi usada no enfrentamento dos nossos problemas em comum, como mudanças climáticas, doenças infecciosas, entre outros. Eu acredito que existe um grande potencial de expansão da colaboração entre o Brasil e a América Latina com a China.”