Hoje, 20 de julho de 2018, foi lançado o relatório do workshop “Diagnóstico e Tratamento Precoce de Transtornos Neurológicos Infantis“, realizado em novembro de 2017. O workshop foi organizado pela ABC, em parceria com a Academia Nacional de Medicina (ANM) e a Academia de Ciências Médicas do Reino Unido (UKAMS, na sigla em inglês).

O relatório destacou como, no Brasil, a atual compreensão epidemiológica dos transtornos do neurodesenvolvimento é imperfeita, muitas vezes baseada em dados limitados. Segundo o documento, é necessário que haja uma vigilância para deficiências e atrasos no neurodesenvolvimento da população, métricas melhores para os países e pesquisas em diferentes contextos.

Devido à infecção pelo vírus da Zika, mais de 4 mil bebês nasceram com microcefalia no Brasil – uma má formação que os deixa com as cabeças pequenas e com o desenvolvimento debilitado.

Mas ninguém sabe quantos bebês nasceram com outras desordens do desenvolvimento. Eles são invisíveis em todo o mundo, onde estima-se que existam 250 milhões de crianças com deficiência ou atraso no desenvolvimento. Em países em desenvolvimento, é provável que esse número seja o dobro do que é em países mais prósperos da América do Norte e Europa. O relatório clama para que mais seja feito para ajudar estas “crianças invisíveis” ao redor do mundo.

A crise de Zika no Brasil e o medo de que se espalhasse pelo mundo através de mosquistos e, potencialmente, transmissão sexual trouxe recursos e expertise para uma área negligenciada e jogou uma luz sobre outros bebês prejudicados, diz o relatório. “A identificação e inclusão dessas ‘crianças invisíveis’ no sistema público de saúde foi uma importante consequência dessa crise”.

Os especialistas dizem que eles acreditam que o Brasil, que tem uma forte tradição em intervenções de saúde pública – a cobertura de vacinação beira 95% -, é um bom lugar para iniciar um modelo para os outros países imitarem.

Acesse o relatório aqui.