Faleceu na segunda-feira, 20 de fevereiro, a Acadêmica membro correspondente da ABC Mildred Spiewak Dresselhaus. Ela lecionava e atuava como pesquisadora no Departamento de Física do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desde 1960. Devido aos seus renomados trabalhos com carbono, era conhecida como a “rainha da ciência do carbono”.

Dresselhaus formou-se na Universidade de Hunter em 1951, seguindo para a Universidade de Cambrigde, onde havia recebido uma bolsa de estudos integral. Completou o mestrado pela Universidade Radcliffe, em 1953, e recebeu o diploma de PhD em física pela Universidade de Chicago, em 1958.

Ela foi diretora do Gabinete de Ciências no Departamento de Energia dos Estados Unidos, presidente da Sociedade Americana de Física e da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência, além de ter presidido o comitê do governo no Instituto Americano de Física e co-presidido o Estudo de matéria condensada e materiais físicos. Foi ainda tesoureira da Academia Nacional de Ciências (NAS).

Dresselhaus recebeu do governo americano a Medalha da Liberdade e a Medalha da Ciência, esta última dadas aos principais cientistas do país, pelo seu trabalho com propriedades eletrônicas de materiais. Recebeu do presidente Obama o Prêmio Enrico Farmi pela sua liderança em matéria física condensada, energia e ciência política reconhecida pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos. No mesmo ano, foi agraciada com o Prêmio Kravli, pela contribuição pioneira no estudo de interações dos phonons, eletrophonons e transporte térmico em nanoestruturas.

Mildred Dresselhaus militou intensamente pelos direitos iguais para mulheres nas áreas da ciência ocupadas majoritariamente por homens. Organizou, junto à uma colega, o primeiro Fórum de Mulheres no MIT, em 1971, e, por muitos anos, liderou um seminário direcionado a alunos do primeiro ano de engenharia para garantir que as mulheres do curso seguissem confiantes e seguras na carreira.

Os companheiros da Acadêmica na MIT Anantha Chandrakasan, Nancy Lynch, Asu Ozdaglar, Marc Baldo, lembram: “Ela teve um profundo impacto, em muitos aspectos, muito além do MIT. Foi uma notável pesquisadora, educadora e mentora, pioneira e líder em sua vida profissional e incansável defensora das mulheres na ciência e tecnologia. “