O trabalho da cientista Claudia Kimie Suemoto tenta compreender os fatores de risco da demência, que está entre as dez principais causas de mortalidade e morbidade no mundo. Somente este fato já seria suficiente para comprovar a importância de sua pesquisa, mas a mesma ganha ainda mais relevância ao se considerar um agravante: dessa lista, a demência é a única doença que não tem cura ou prevenção. Pelo menos, por enquanto. “Avaliamos se os entupimentos das artérias carótidas e coronárias por placas de gordura podem dificultar a chegada do sangue ao cérebro e propiciar o desenvolvimento da enfermidade. Caso seja confirmada essa associação, poderemos contribuir para a criação de formas eficientes de prevenção”, diz ela.

O estudo conta com a maior coleção de encéfalos do Brasil e tem como foco casos como Alzheimer e demência vascular. Com a bolsa recebida pela premiação, a doutora, que escolheu dedicar sua carreira exclusivamente à academia, pretende adquirir insumos para evoluir as análises e, daqui a alguns anos, espera beneficiar a sociedade com os resultados. “Quando atendemos em consultório, ajudamos um paciente de cada vez. Por meio da ciência, sinto-me desafiada a impactar um maior número de pessoas, gerando conhecimento para melhorar a vida delas”, comenta.

Claudia tem 40 anos, possui graduação em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) e doutorado em Ciências pelo Departamento de Patologia da mesma instituição. Realizou mestrado (Epidemiologia) e pós-doutorado pela Harvard School of Public Health (EUA). Atualmente, atua como professora de geriatria da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).