No dia 15 de julho de 2013, o Instituto de Microbiologia Paulo de Góes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IMPG/UFRJ) realizou uma cerimônia em homenagem ao centenário de nascimento do falecido Acadêmico Paulo de Góes, fundador da unidade acadêmica em questão. Com a presença de familiares do professor, foi celebrada uma missa no anfiteatro do Instituto e lançado um selo comemorativo criado pela Empresa de Correios e Telégrafos, com tiragem de mil exemplares.

O evento terminou com uma ótima notícia: com ajuda de seus colaboradores, o Prof. Allen Hagler está descrevendo duas espécies novas de leveduras e homenageará o Prof. Paulo de Góes, batizando uma delas como Wickerhamiella goesii. O artigo já foi aceito para publicação no International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology (IJSEM).

Sobre o falecido Acadêmico

Carioca, Paulo de Góes nasceu no ano de 1913. Perdeu o pai ainda durante a infância e sua mãe assumiu, com muita persistência e determinação, a tarefa de criar sozinha os quatro filhos do casal. Após o ensino médio concluído no tradicional Colégio Rezende, Góes ingressou na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, atual UFRJ. Desde o início do curso demonstrou especial interesse pela biologia e, por influência de seu tio Bruno Álvares da Silva Lobo, começou a especializar-se em microbiologia.

Góes concluiu a graduação em 1936 e deu continuidade ao seu trabalho na Cátedra de Microbiologia, ao mesmo tempo em que ensinava biologia geral no curso pré-médico. Para complementar sua renda mensal, o recém formado instalou um pequeno laboratório de análises clínicas no centro da cidade. E o laboratório começou a crescer: foram adquiridos equipamentos de melhor qualidade, além de novas drogas e reagentes necessários à realização de experimentos mais sofisticados.

Antes de dedicar-se inteiramente ao estudo dos vírus, o cientista passou por projetos relacionados à pesquisa de métodos e técnicas de patologia clínica, além de também ter trabalhado com imunologia e microbiologia médicas. Ao todo, Paulo de Góes publicou cerca de 70 trabalhos e cinco monografias, três das quais se destinaram aos concursos para a livre-docência e para as cátedras de microbiologia das Faculdades de Farmácia e de Medicina da UFRJ e duas outras sobre arbovírus e arboviroses. Eleito Membro Titular da ABC no ano de 1956, associou-se a um total de 23 sociedades científicas.

Além de atuar como professor e pesquisador, Góes era um verdadeiro educador. Constantemente preocupado com a questão da divulgação científica, era também freqüentemente convidado a prestar auxílio a diferentes órgãos nacionais e internacionais de fomento à pesquisa . Foi membro dos Conselhos da Comissão Supervisora do Plano dos Institutos (Cosupi), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Góes atuou ainda como perito do Comitê de Estandardização Biológica; consultor médico da Organização Mundial da Saúde; membro da Delegação Brasileira às Conferências Gerais da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco); consultor da Organização Panamericana de Saúde; assessor científico da Delegação Permanente do Brasil Junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) e à Organização das Nações Unidas (ONU); e adido científico – o primeiro nomeado pelo governo brasileiro – junto à Embaixada do Brasil em Washington. Já na UFRJ, Paulo de Góes ocupou quase todos os cargos, exceto o de reitor. Sua mais notável realização, no entanto, foi a criação do IMPG, uma instituição modelar do mais elevado nível acadêmico e científico.

Sobre o IMPG

O Instituto de Microbiologia Paulo de Góes pertence ao Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CCS/UFRJ) e tem como principal objetivo o ensino de graduação e pós-graduação, visando à formação de recursos humanos altamente qualificados para o amplo mercado da microbiologia. Destinado ao desenvolvimento de pesquisas científicas e inovação tecnológica, o Instituto abrange diversas áreas da microbiologia e de imunologia, dentre as quais: microbiologia geral, microbiologia ambiental, microbiologia do petróleo, microbiologia industrial, biotecnologia, microbiologia médica, virologia, imunologia básica e imunologia aplicada.

De acordo com o site, o Instituto reconhece “a importância e estimula o desenvolvimento dos projetos de extensão voltados para a divulgação científica e popularização da ciência, o que permite que a microbiologia fique acessível a todos os segmentos da sociedade”. O IMPG também apoia fortemente projetos que prestem serviços à sociedade, cursos profissionalizantes e cursos relacionados aos temas da pesquisa do Instituto.

Levando em conta a importância da inovação tecnológica no cenário contemporâneo, o IMPG aposta em parcerias com empresas dos setores público e privado, como a Petrobras, e órgãos como a Redetec e Sebrae.