A médica patologista Lea Tenenholz Grinberg foi uma das três ganhadoras do Prêmio LOréal para Mulheres na Ciência 2009 na área de Ciências da Saúde. Doutora pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutora pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEPAE) -, atualmente está no programa de pós-doutoramento na Unidade de Morfologia Cerebral do Instituto de Psiquiatria da Universidade Wuerzburg, na Alemanha. Gerencia o projeto Envelhecimento Cerebral da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e é diretora do Banco de Encéfalos Humanos da FMUSP.

Seu projeto premiado é sobre demência vascular, uma doença prevenível que pode ser muito mais comum do que se imagina. Lea realizou um estudo com autópsias de casos pertencentes ao Banco de Encéfalos Humanos do Grupo de Estudos em Envelhecimento Cerebral, procurando entender o envelhecimento do cérebro e as doenças associadas a ele.. “Pretendo estudar como as alterações dos vasos sanguíneos do cérebro causadas pelos mesmos fatores que ocasionam os problemas nos vasos do coração, como a pressão alta, podem gerar demência tão intensa quanto a doença de Alzheimer”, explica.

A conquista do prêmio foi uma satisfação pessoal, para Lea, pelo reconhecimento da comunidade científica ao seu comprometimento e dedicação à ciência. “Fiquei muito contente, pois quando comecei a fazer pesquisa, apesar do apoio da família e dos professores, era muito incerto se o projeto iria dar certo. Dediquei muito tempo a esse trabalho e deixei de fazer diversas outras atividades por acreditar nele. Esse prêmio é um reconhecimento pessoal de que o esforço não foi em vão e de que muito poderá ainda ser realizado”, declara.

De acordo com a cientista, a falta de incentivo, as inseguranças sobre o futuro profissional e a vida pessoal são fatores que podem ocasionar o abandono da carreira científica para muitas mulheres. Lea acredita que a premiação é um estímulo para que outras cientistas prossigam desenvolvendo suas pesquisas e que jovens se motivem para ingressar na carreira. “Esse prêmio mostra que é possível para as mulheres jovens atuarem no meio científico e fazerem a diferença”. Ela pretende empregar o valor da premiação sobretudo na formação de recursos humanos, uma área deficitária de financiamento no país.