Uma figura central na “revolução verde”, Norman Ernest Borlaug nasceu em 1914, numa fazenda perto de Cresco, Iowa, EUA. Por muito tempo colaborou com cientistas mexicanos no melhoramento do trigo e também com cientistas de diversas outras partes do mundo, especialmente da Índia e do Paquistão, na adaptação de novas plantações de trigo em novos solos e na aceitação lucrativa de sua produção.

Um eclético, pragmático e objetivo cientista, dedicou-se a uma constante pesquisa por métodos de cultivo melhores e mais efetivo. Um homem vigoroso, levou para seu trabalho o espírito competitivo de um atleta treinado, o que de fato era nos dias de colegial e da faculdade.

Depois de completar o ensino fundamental e o médio em Cresco, Borlaug cursou administração florestal (forestry) na Universidade de Minnesota. Após concluir o bacharelado, em 1937, foi trabalhar no Serviço Americano de Administração Florestal (US Forestry Service) nas estações de Massachusetts e Idaho. Retornando para a Universidade de Minnesota para estudar patologia vegetal, recebeu o grau de Mestre em 1939 e o Doutorado em 1942.

Em 1944, Borlaug aceitou uma indicação para organizar e dirigir o Programa Cooperativo de Pesquisa e Produção de Trigo no México. Esse programa, uma iniciativa conjunta do Governo do México e da Fundação Rockefeller, envolvia pesquisa científica em genética, patologia vegetal, entomologia, agronomia, ciências do solo e tecnologia de cereais. Em 20 anos, opesquisador foi muito bem sucedido em encontrar um tipo de trigo resistente a pragas e de alto rendimento.

Ao seu objetivo acadêmico Borlaug adicionou a prática humanitária, adaptando novos tipos de cereal para uma produção extensiva, com a intenção de alimentar a população faminta no mundo – e ainda fornecendo, como ele dizia “um sucesso temporário na luta do homem contra a fome e privação” e as subseqüentes doenças sociais e ambientais que sempre levam o homem e as nações ao conflito.

Quando as Fundações Rockefeller e Ford em cooperação com o Governo do México estabeleceram o Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (International Maize and Wheat Improvement Center – CIMMYT), um instituto autônomo de treinamento e pesquisa com a participação de membros internacionais, Borlaug foi feito diretor do Programa Internacional de Melhoramento de Trigo. Nessa instância, ele estava apto para realizar um terceiro objetivo: treinar novos cientistas na pesquisa de novos métodos de produção. De 1963 até 1970, quase 2.000 jovens cientistas de mais de 16 países estudaram e trabalharam no Centro.

Em 1970, quando ganhou o Prêmio Nobel da Paz, Borlaug, estava participando de extensas pesquisas sobre o “triticale”, uma espécie de grão desenvolvida a partir do cruzamento de trigo e centeio, que promete ser superior ao trigo e ao centeio em produtividade e qualidade nutricional. As estatísticas sobre a vasta área plantada com o novo trigo e os revolucionários rendimentos de colheita no México, na Índia e no Paquistão foram apresentados pelo próprio Borlaug na cerimônia de entrega do Nobel.

Em adição ao Nobel, Dr, Borlaug recebeu reconhecimento internacional de universidades e organizações de seis países: Canadá, Índia, México, Noruega, Paquistão e EUA. Em 1968, recebeu um tributo especial quando os cidadãos da Ciudad Obregon, Sonora, no México, área na qual ele fez suas primeiras experimentações, puseram seu nome em uma rua em sua homenagem.

Norman Ernest Borlaug foi presidente da Associação Sasakawa, um programa de produção de alimentos na África; pesquisador sênior do Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT), no México; Professor Emérito de Agricultura Internacional no Departamento de Ciência do Solo e Culturas da Universidade do Texas A&M; membro do Conselho do Centro Internacional de Desenvolvimento de Fertilizantes (IFDC), nos EUA e membro correspondente da Academia Brasileira de Ciências.