O Acadêmico Darcy Fontoura de Almeida, Professor Emérito do Instituto de Biofísica do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tratou da Evolução do Código Genético no Simpósio Como Mudou nossa Visão do Mundo – Darwin e a Origem das Espécies durante a Reunião Magna de 2009 da ABC.

Ele situou a discussão da evolução do código genético nos anos 50, logo depois da descoberta da estrutura do DNA em 1953. “O iniciador dos trabalhos que levaram à descoberta geral da correspondência entre códons e aminoácidos foi o bioquímico Marshall Nirenberg, em 1961, que a relatou num congresso internacional de Bioquímica, em Moscou”, apontou o pesquisador.

Fontoura apontou a teorias mais em foco atualmente: a teoria estereoquímica, iniciada por Gamow em 1954 e desenvolvida por Pelc, em 1965, uma proposta teórica e inviável, na opinião de Fontoura. Em seguida surgiu a teoria do “acidente conservado” (frozen accident), criada por Crick em 1968, que Fontoura considera com base insuficiente tanto em termos teóricos como experimentais. A teoria adaptativa, iniciada por Woese e Sonneborn, em 1965, desenvolvida por Epstein e 1966 e outros posteriormente, traz dois conceitos – mutação letal e minimização dos erros – que podem ser concebidos em ação conjunta. Em seguida, destacou a teoria da co-evolução do código, iniciada por Wong, em 1975, acrescida por uma extensão, criada por DiGiulio, em 2008

Para Fontoura, a teoria da co-evolução não define bem as fases primeiras da origem do código genético, por não atribuir um papel às relações biossintéticas entre os primeiros aminoácidos, oriundos do metabolismo intermediário. “A extensão da teoria supre esta falha ao atribuir um papel crucial a esses aminoácidos e às suas interações biossintéticas, mesmo que oriundas de precursores que não sejam aminoácidos”, observou o Acadêmico.