Adriana Fontes nasceu em Jaú, no interior de São Paulo. Brincava de laboratório de química desde pequena e no ensino médio identificava-se com as áreas de Exatas e Biológicas, daí a escolha pela Física. “Sempre gostei de ciência, por sua aplicabilidade e capacidade de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Sempre tive curiosidade de investigar, de saber o porquê das coisas. Foi basicamente por isso que eu virei pesquisadora”, contou Adriana às Notícias da ABC.

Adriana concluiu graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado em Física na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Trabalha desde 2006 como professora adjunta no Departamento de Biofísica e Radiobiologia, no Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Em 2001 foi agraciada com o Prêmio Oswaldo Mellone, do Colégio Brasileiro de Hematologia. Em 2005 recebeu o Best Poster Award no evento Photonics West 2005-Bios, da sociedade internacional SPIE. Desde 2005, selecionaram quatro dos seus trabalhos para o Virtual Journal of Biological Physics Research. Recebeu o prêmio do Programa Para Mulheres na Ciência pelo projeto Pinças Ópticas para Estudos de Processos Celulares: Aplicação em Leucemia Mielóide Aguda.

Seu projeto pretende compreender os mecanismos fundamentais que levam ao desenvolvimento do câncer em nível celular, e os resultados dessas pesquisas poderão ajudar em novos métodos de prevenção, diagnóstico precoce e terapia para a doença. “Um dos objetivos é extrair informações morfológicas, bioquímicas e biomecânicas das estruturas inerentes às células, através das pinças ópticas. A principal meta é a descoberta de novas formas de tratamento e a melhoria da saúde coletiva”, disse Adriana.

A pesquisadora explicou que o projeto utiliza a luz de um laser para capturar as células, estudar as suas propriedades mecânicas e medir as propriedades da membrana. “A idéia é diferenciar as propriedades mecânicas das células normais e das de vários subtipos de leucemia mielóide aguda”, afirmou.

Segundo a pesquisadora, o recurso será determinante para consolidar o seu laboratório, comprar o restante dos equipamentos necessários e para terminar de montar a técnica. “O prêmio é muito importante, um grande incentivo. Acho que vai abrir muitas portas. Para continuar a fazer pesquisa no Brasil, é fundamental que existam mais prêmios como este”, afirmou Adriana.