William Randall Van Schmus
(VAN SCHMUS, W. R.)
William Randall Van Schmus nasceu no dia 4 de outubro de 1938, no norte de Illinois, EUA, tendo crescido em Naperville, um subúrbio ao oeste de Chicago. Jovem já se interessava pela ciência e, após completar seus estudos secundários, foi estudar no California Institute of Technology, em Pasadena. Iniciou seus estudos na área de química, mas logo migrou para a geologia, onde adquiriu seu bacharelado em 1960. Em Caltech, também tornou-se Segundo Tenente da Força Aérea dos Estados Unidos. Cursou sua pós-graduação na University of California at Los Angeles (UCLA), onde descobriu o prazer de trabalhar na então nova especialidade de geocronologia, sobre a orientação de George W. Wetherill. Concluiu sua tese de doutoramento, “The Geochronology of the Blind River-Bruce Mines Area, Ontario, Canada” em junho de 1964. Concluído o doutorado, serviu por um período de três anos no U. S. Air Force Cambridge Research Laboratories, nos arredores de Boston, Massachusetts. Na ocasião, desenvolveu pesquisas com meteoritos como parte de um programa da Força Aérea em pesquisa aeroespacial. Dentre outras coisas, tais pesquisas conduziram à cooperação com John A. Wood e à criação do amplamente usado padrão “Van Schmus-Wood Classification” para meteoritos condríticos.
Ao término do serviço militar, em 1967, Dr. Van Schmus assumiu uma posição de docente na University of Kansas (KU), onde permanece até o presente. Na KU, retomou suas pesquisas em geocronologia, trabalhando em colaboração com o Prof. M. E. Bickford, com quem estabeleceu o Isotope Geochemistry Laboratory (IGL) e desenvolveu estudos sobre a evolução do proterozóico continental. O Professor Van Schmus percorreu as fileiras acadêmicas na KU, obtendo a posição de Distinguished Professor em 1987. Foi indicado chefe do Departamento de Geologia em novembro de 1999, onde até hoje trabalha. Ao longo dos últimos 35 anos, participou em inúmeros comitês e grupos de trabalho nacionais e internacionais. Como membro do grupo de trabalho em proterozóicos do International Lithosphere Program, visitou pela primeira vez o Brasil em setembro de 1982, quando participou o International Symposium on Archean and Early Proterozoic Geology and Metallogenesis (ISAP), em Salvador. Neste evento, conheceu diversos geólogos brasileiros, que posteriormente tornaram-se colaboradores. Em associação com o Professor Umberto Cordani e o Professor B. Bley de Brito Neves, propiciou outro encontro internacional, realizado em Pequim, em 1983, que conduziu à ativa colaboração com os membros do laboratório de geocronologia (CPGeo) da Univesidade de São Paulo. Como parte desta colaboração, o Professor Van Schmus iniciou um programa de longa duração (15 anos) de cooperação científica com diversos professores e alunos de universidades brasileiras, que visitaram a KU-IGL para desenvolver pesquisas voltadas para a obtenção de seus doutorados e/ou pós-doutorados. Como resultado, diversos docentes em universidades brasileiras foram treinados em geocronologia na IGL.
Desde 1990, o Prof. Van Schmus tem colaborado ativamente com diversos geólogos em geocronologia e estudos geológicos realizados no nordeste do país. Este trabalho foi co-patrocinado por fundos da NSF (USA), FAPESP, e CNPq, bem como de outras organizações, e resultou em substanciais novas interpretações para a história geológica da região. Também colaborou com o Dr. S. F. Toteu, de Camarões, em correlações litológicas no oeste da África, com o intuito de melhor compreender como partes destes continentes atualmente separados evoluíram, como parte do mesmo sistema geológico, entre 2200 e 600 milhões de anos atrás. Outras pesquisas no Brasil incluíram colaboração com vários geólogos brasileiros no estudo da história geológica da parte sudoeste do cráton Amazônico, com particular interesse no teste da hipótese de que essas áreas foram juntadas à partes da América do Norte há aproximadamente 1 bilhão de anos atrás. O trabalho desenvolvido no Brasil demonstrou que ainda existem muitas fronteiras a serem perseguidas, e o Prof. Van Schmus anseia por continuar a colaborar com muitos amigos e colegas no país.
Quando fora de suas atividades de pesquisa geológica, ensino ou administração, o Prof. Van Schmus relaxa e dedica seu tempo livre à família. Sua esposa, Edna, já teve a oportunidade de fazer várias visitas ao Brasil e outros países relacionados à suas pesquisas, e seus três filhos e respectivas famílias guardam muitos souvenirs do Brasil, aí incluídos camisas da seleção “Penta Campeã”. Em casa, também aprecia diversos hobbies (coleção de selos, genealogia, enologia, trens elétricos), além de dedicar-se a pequenos consertos, à medida que o tempo permite.