William L. Klein
(KLEIN, W.L.)
O Dr. William L. Klein é internacionalmente reconhecido por suas descobertas moleculares acerca das causas e tratamentos da doença de Alzheimer (DA). Graduado pelo MIT, Dr. Klein realizou seu doutorado e pós-doutoramento, respectivamente, com os prêmios Nobel Paul Boyer (UCLA) e Marshall Nirenberg (NIH). Desde 1987, o Dr. Klein é Professor Titular de Neurobiologia e Fisiologia e Neurologia da Northwestern University. Nessa Universidade, ele é também membro do Cognitive Neurology and Alzheimers Disease Center, um dos centros de excelência na pesquisa em Alzheimer nos Estados Unidos, tendo sido, também, por oito anos, Diretor do Programa Interdepartamental em Neurociências, um dos mais conceituados e antigos programas em Neurociências nos Estados Unidos. Atualmente, o Dr. Klein é membro do Comitê Editorial do Journal of Biological Chemistry e do Comitê Científico da Acumen Pharmaceuticals, uma empresa de biotecnologia da qual foi co-fundador e que, atualmente, está desenvolvendo, em parceria com a Merck, uma nova vacina para DA. Ao longo de sua carreira, Klein tem contribuído em vários níveis para o entendimento de processos e mecanismos da fisiologia neuronal, incluindo as descobertas de que neurotransmissores regulam os níveis de expressão de seus próprios receptores na membrana neuronal, de que receptores de neurotransmissores podem atuar morfogenicamente e de que filopódios estão programados para a formação de junções sinápticas. Mais recentemente, o foco de pesquisas do Dr. Klein voltou-se para os estudos de DA. Nesta área, a equipe liderada pelo Dr. Klein foi pioneira na identificação de um mecanismo molecular unificador da patogênese da DA, que explica o dano seletivo de memória em fases iniciais da doença e suas principais características neuropatológicas. Essas descobertas estão resultando em avanços importantes no diagnóstico clínico e no desenvolvimento de novas terapias para a doença. A contribuição seminal do Dr. Klein foi a descoberta da existência de toxinas, constituídas por oligômeros solúveis do peptídeo amilóide-beta no cérebro de pacientes. Essas novas toxinas, denominadas ADDLs, inicialmente bloqueiam mecanismos neuronais, envolvidos na formação de memórias e também levam à morte dos neurônios. Essa descoberta original, publicada em 1998 (Lambert et al., 1998) já recebeu mais de 700 citações em artigos subseqüentes, o que revela o significativo impacto que teve na área. Usando anticorpos conformacionais específicos, desenvolvidos por seu próprio grupo, em estudos subseqüentes, o Dr. Klein mostrou que os ADDLs se acumulam em níveis elevados em cérebros de pacientes com DA (Gong et al., 2003) e constituem possíveis ferramentas específicas e ultra-sensíveis para o diagnóstico molecular da doença (Georganopoulou et al., 2005). Os ADDLs se ligam às sinapses neuronais (Lacor et al., 2004), provocando alterações funcionais que são responsáveis pela perda de memória (De Felice et al. 2007). Como conseqüência dessas importantes descobertas, os ADDLs são atualmente considerados, pelo National Institutes of Health (Estados Unidos), como agentes primários do dano neuronal e responsáveis pela perda de memória na DA. O Dr. Klein vem colaborando há quase três décadas com grupos brasileiros de destaque em neuroquímica e neurobiologia celular. Em 1982, ele foi um Fellow do Instituto Brasil-EUA no Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ para um estágio de um mês no Laboratório de Neuroquímica desse Instituto, onde implantou algumas técnicas bioquímicas para estudo de receptores. Desde então, participou de diferentes simpósios no Rio de Janeiro e em Caxambu. Até 2007, ele foi co-autor de 16 artigos científicos com pesquisadores brasileiros, o primeiro dos quais com Fernando G. de Mello (que foi um Guggenheim Fellow no Laboratório do Dr. Klein, em 1984-86). Desde 2005, o Dr. Klein tem recebido em seu laboratório Sergio T. Ferreira, Fernanda G. de Fenice (Fellow da Human Frontier Science Organization), e um aluno de Doutorado sandwich da UFRJ, com os quais foi co-autor de oito publicações.