Oswaldo Sala

Iniciou sua carreira científica em 1950 sob a orientação do Prof. Dr. Hans Stammreich, no Departamento de Física da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Teve a oportunidade de participar, desde o início, no desenvolvimento da técnica de excitação Raman com radiações de comprimento de onda longo no visível, utilizando lâmpadas de descarga em hélio, que permitia o estudo de substâncias coloridas e fotossensíveis. Esta técnica, juntamente com a introdução de espectrógrafos com rede de difra;cão na espectroscopia Raman, tornou o Laboratório de Espectroscopia Molecular internacionalmente conhecido.
Com o falecimento do Prof. Stammreich em 1969, e implantação da Reforma Universitária em 1970, ficou responsável pelo Laboratório, que passou a fazer parte do recém criado Instituto de Química.
O desenvolvimento comercial dos lasers e dos espectrômetros com duplo monocromador, no fim da década de 60, tornou a técnica de excitação com lâmpadas de hélio ultrapassada. Em 1970, adquiriu para o Laboratório o primeiro espectrômetro Raman-laser da América do Sul, ficando em condições de receber professores visitantes e manter uma posição competitiva entre os Laboratórios de Espectroscopia Vibracional.
Estabelecendo como meta prioritária a formação de recursos humanos, orientou várias Teses de Doutoramento e Dissertações de Mestrado. Como consequência, formaram-se pesquisadores altamente qualificados que têm ativa participação em vários centros de pesquisa do país, dentre os quais estão os que constituem a equipe atual do Laboratório de Espectroscopia Molecular.
Nesta primeira fase, os trabalhos seguiram a linha clássica de preparação de compostos, obtenção e interpretação dos espectros e análise de coordenadas normais. Na década de 70 introduziu no Laboratório uma linha de pesquisa envolvendo o efeito Raman ressonante, que tem continuidade até o presente com valiosas contribuições. Na década de 80 introduziu nova linha de pesquisa, também ligada ao efeito de intensificação de bandas, conhecida como efeito SERS (Surface Enhanced Raman Scattering), que tem originado grande número de publicações pelo grupo. Outras linhas iniciadas foram a de espectroscopia Raman de moléculas adsorvidas em catalisadores, estudo vibracional de moléculas aprisionadas em matrizes de gases inertes em temperaturas criogênicas, estudo Raman de monocristais orientados e espectroscopia r-vibracional em alta resolução, no infravermelho.
Como consequência de todas estas novas linhas de pesquisa o Laboratório por ele liderado tem apresentado significativa produção de trabalhos científicos ao longo destes anos.