Nei Fernandes de Oliveira Junior

Nasceu em Campinas, São Paulo, em 20 de maio de 1941, filho de Ney Fernandes de Oliveira e Ana Jeni Aggio Oliveira. Freqüentou os colégios do Carmo em São Paulo, e Santo Inácio do Rio de Janeiro, a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, USP, onde se bacharelou em Física em 1962. Começou a lecionar na mesma Faculdade como Instrutor contratado em 1963, doutorando-se em 1966 e obtendo a Livre-Docência em 1968. Durante este período participou ativamente na implantação do primeiro laboratório de Estado Sólido e Baixas Temperaturas do Brasil (LESBT), projetando e construindo os primeiros equipamentos de pesquisa criogênica e desenvolvendo pesquisas em materiais magnéticos e semicondutores. Criou o primeiro grupo de Física de Estado Sólido na USP e orientou as três primeiras teses de mestrado na especialidade (Helion Vargas, Giorgio Frossati e Silvio Salinas). Sua primeira publicação científica data de 1964, nos Anais da Academia Brasileira de Ciências.
Em 1969 foi para o Massachusetts Institute of Technology (USA), como “pos-doc” do Electrical Engineering Department, trabalhando no Francis Bitter National Magnet Laboratory, no grupo do Dr. Simon Foner. Desde então, manteve-se como membro daquele laboratório, até o seu fechamento recente (1996), inicialmente como pos-doc, depois como staff e desde 1980 como Visiting Scientist.
A partir de 1971, planejou e construiu na USP um laboratório combinando facilidades de baixas temperaturas com altos campos magnéticos, mantendo o nome e a sigla inicial – LESBT. Iniciou programas em materiais antiferromagnéticos, em materiais supercondutores, fenômenos críticos e posteriormente em materiais semicondutores. Nestes programas orientou três teses de doutoramento (Luiz Bruner de Miranda, Armando Paduan Filho e Carlos Becerra). Atraiu para este laboratório o interesse e a colaboração de vários centros internacionais importantes, além do MIT, como o Centre des Recherches sur les Tres Basses Temperatures do CNRS, em Grenoble (França), a Tufts University (USA) e o Kamerlingh Onnes Laboratorium da Universidade de Leiden (Holanda). Desta última colaboração surgiram programas novos, como o desenvolvimento de tecnologia própria para produção de ultra baixas temperaturas em presença de campos magnéticos intensos (neste programa orientou as teses de doutoramento de Ewout ter Haar e Ramon Valls Martin) e, juntamente como Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, um programa de detecção de ondas gravitacionais. Neste programa está sendo construída no LESBT a primeira antena gravitacional esférica super resfriada.
Participou de vários projetos aplicados. Por dez anos, entre 1974 e 1984, trabalhou para a Diretoria do Armamento da Marinha Brasileira, no projeto de implantação de facilidades para o controle magnético de navios, em particular dos Navios Varredores, sediados em Aratu na Bahia. Dentro deste projeto preparou a primeira turma de físicos do Centro de Magnetismo da Marinha em Aratu, orientando três teses de mestrado (José Carlos Alves Pinheiro, Leônidas de Ávila Ribeiro e Wilson José Ohl). No Centro Tecnológico da Aeronáutica participou ativamente do projeto de separação isotópica do Urânio (SEPISLA) entre 1979 e 1983, e neste projeto orientou uma tese de doutoramento (Dr. Armando Mirage). Na Pirelli Cabos, entre 1987 e 1995 coordenou o desenvolvimento de um processo próprio contínuo para a confecção de fios supercondutores de NbTi, orientando dois mestrados (Jeni Vellego e André Medugno).
É casado com Lucia Helena Silva de Oliveira e tem dois filhos: Nei Neto e Alexandre.