Luiz Carlos Galvão Lobo
(LOBO, L. C. G.)
Luiz Carlos Galvão Lobo ingressou no Instituto de Biofísica da Universidade do Brasil como monitor da Cadeira de Física Biológica em 1952 e alcançou o título de Livre-Docente de Biofísica em 1962. Orientou-se para a pesquisa aplicada fazendo curso de especialização em Radioisótopos, organizado por John D. Cooper, da Universidade de Illinois, e Eduardo Penna Franca. Foi incumbido por Carlos Chagas de organizar a Unidade Clínica de Radioisótopos (hoje Medicina Nuclear) que o Instituto de Biofísica estabeleceu em colaboração com a então 3ª Cadeira de Clínica Médica da Faculdade Nacional de Medicina e do Hospital Moncorvo Filho. Trabalhando no Moncorvo e no Instituto de Biofísica, conseguia unir a atividade clínica e a pesquisa científica. Estagiou no Laboratório de Bioquímica Geral e Comparada do Colégio de França, sob a orientação dos Profs. Jean Roche e Raymond Michel (1962).
Durante os anos 1957 a 1966 desenvolveu pesquisas clínicas e de laboratório sobre tireóide e trabalhos de campo sobre bócio e cretinismo endêmico, esses últimos estimulados por Chagas. Solicitada sua participação como Professor Convidado da Comissão de Energia Nuclear (CNEN) através do programa de pesquisas biológicas que integrou, em parte, um programa regional de pesquisa sobre bócio, coordenado por John Stanbury, da Clínica de Tireóide do Hospital Geral de Massachusetts e da Universidade de Harvard.
A partir de 1963, como Livre-Docente em Biofísica, engajou-se de forma progressiva no ensino de Biofísica e Fisiologia. Organizou sob a Direção Geral do Prof. Carlos Chagas Filho, o Colóquio sobre Tireóide e, como Secretário da Faculdade de Medicina da UB incumbiu-se da publicação do livro sobre o assunto. Participou do desenvolvimento de vários projetos, como a implantação do Programa de Medicina Preventiva, construção de Laboratórios Multidisciplinares e organização do Primeiro Vestibular Unificado das Faculdades de Medicina do então Estado da Guanabara.
Em 1966, foi convidado a participar do grupo de Planejamento da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB, tendo assumido, posteriormente, o cargo de Diretor.
Retornando ao Rio de Janeiro em 1972 e retomando as funções de Professor Associado do Instituto de Biofísica, apresentou à consideração do IPEA-Ministério do Planejamento (Projeto SATE – Sistemas Avançados de Tecnologias Educacionais), por sugestão do Prof. Carlos Chagas Filho, um projeto que tinha como objetivo propor a reformulação do ensino básico de Ciências da Saúde. Aprovado pelo IPEA, a acolhida do Projeto pela UFRJ consubstanciou-se a sua institucionalização e, consequentemente, a sua transformação em Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde (NUTES). Deixando a Direção do NUTES em 1981, passou a dar um curso para alunos de cursos de mestrado em Ciências da Saúde, onde buscava enfatizar o relacionamento entre Educação Médica e a Estruturação do Sistema de Saúde. Em 1983 aceitou o cargo de Secretário de Planejamento do INAMPS, com a incumbência de propor medidas visando implantar o Plano de Reorientação da Assistência à Saúde no âmbito da Previdência Social, ou Plano do CONASP. Em seguida passou à Secretaria de Medicina Social do INAMPS onde conheceu outra realidade além da universitária: a do sistema de saúde, com toda a sua complexidade e heterogeneidade.
Hoje sua atenção está voltada para a Informática Médica e para o uso do computador no planejamento e administração da Saúde. Recentemente planejou e implementou o Centro Médico BarraShopping onde estão em operação 28 clínicas nas várias especialidades médico-cirúrgicas. Atualmente está engajado no desenvolvimento de um projeto de Telemedicina.
Sua vida compreende quatro fases que não foram estanques, mas, ao contrário, se interligaram e se complementaram: uma fase de ensino e pesquisa em Biofísica, Medicina Nuclear e Endocrinologia (1954-1966); uma fase dedicada essencialmente à Educação Médica (1966-1979); uma terceira caracterizada pelo seu interesse em Planejamento e Administração de Saúde (1980-1984) e finalmente, a fase atual focalizada em Informática Médica.
Paralelamente teve 3 filhos e 5 netos, sendo que seu “hobby” e esporte é velejar (vela de oceano).
(Obs.: Texto compilado por Raquel Velloso e revisto pelo acadêmico)