José Antônio de Freitas Pacheco
(DE FREITAS PACHECO, J. A.)
Nascido em 14 de dezembro de 1942 em São Paulo, é filho de José Roberto Pacheco e Leonor de Freitas Pacheco. Efetuou todos os seus estudos em São Paulo, nas escolas e colégios estaduais “Anhanguera” (Lapa) e “Fernão Dias” (Pinheiros) respectivamente, até seu ingresso na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, em 1962. Bacharelou-se em Física em 1965, atuando como professor desta disciplina na Universidade Mackenzie (Mecânica Analítica) e no ITA (Astronomia) até a metade de 1967, ao mesmo tempo em que cursava disciplinas de pós-graduação na USP.
Em setembro de 1967 foi para Paris, com bolsa do CNPq, para preparar seu doutorado. Após os eventos de maio de 1968 na França, face ao deslocamento da equipe onde se encontrava inserido, foi para o Observatório de Nice, na época ainda vinculado à Universidade de Paris, onde defendeu sua tese de “Docteur ès Sciences Physiques” em 1971, sobre a propagação dos raios cósmicos na Galáxia, que lhe valeu as felicitações da banca.
Voltando ao Brasil, assumiu o cargo de professor colaborador no Instituto Astronômico e Geofísico da USP. Participou de forma ativa na elaboração da estrutura do IAG (transformado em unidade da USP em 1972, realizando assim o sonho de Abrahão de Moraes) e na criação de seus cursos de pós-graduação. Foi o primeiro chefe do departamento de Astronomia e o primeiro coordenador da Comissão de Pós-Graduação. Em 1978 voltou a Nice para um estágio de vários meses, abrindo espaço para uma colaboração mais profunda entre aquela instituição e similares brasileiras. Em 1979, recebeu um convite de Maurício Matos Peixoto, então presidente designado do CNPq, para assumir a direção do Observatório Nacional. Em sua gestão foi criado o primeiro laboratório de imagens e tratamento de dados do país; foi instalado, de fato, o Observatório Astrofísico Brasileiro (hoje Laboratório Nacional de Astrofísica), reformulou-se toda a pós-graduação, inclusive com a criação do curso de Geofísica e um amplo programa visando aumentar o número de doutores no quadro do ON. Lamenta-se apenas a decisão da direção do CNPq, que sucedeu Maurício Matos Peixoto, em criar o Museu de Astronomia e Ciências Afins, fora do âmbito do ON, neste período.
Em 1985 ocorreu o retorno a São Paulo. Em maio de 1989 assumiu a direção do IAG sendo os fatos marcantes da gestão, a ianuguração do Laboratório de Imagens do IAG e as novas instalações do Instituto, no campus da Cidade Universitária, onde alojaram-se os departamentos de Geofísica e de Ciências Atmosféricas. Findo o mandato, esteve em curta visita a Nice, no agora Observatório da Côte dAzur, entidade que reuniu os Observatórios de Nice, do plateau de Calern e de Grasse. Recebeu um convite para dirigir tal federação e desde junho de 1994 é seu diretor-geral.
Em sua carreira científica publicou, até o presente, uma centena de artigos científicos em revistas internacionais, apresentou cerca de 40 trabalhos em simpósios e outras reuniões internacionais e uma centena de comunicações em outras reuniões realizadas no país. Orientou cerca de 20 teses de mestrado e 15 de doutoramento. Seu principal campo de pesquisas hoje está relacionado com o estudo da evolução química da galáxia (em particular da nossa) e de estrelas em estágio avançado de evolução (nebulosas planetárias, simbióticas, estrelas de nêutrons etc.)